Foi afastada dos treinamentos da corporação, a tenente do Corpo de Bombeiros, Isadora Ledur, que é acusada de perseguir e torturar Rodrigo Patrício Lima, 21 anos, que era aluno do curso de soldados e morreu após passar mal em um treinamento. No dia de sua morte o jovem mandou uma mensgem para a mãe dizendo que estava preocupado porque a militar estaria no treinamento e a mesma estaria o &39perseguindo&39. Um inquérito policial militar foi instaurado para apurar se a morte foi causada por excessos aos quais o aluno teria sido forçado.
O afastamento da oficial foi confirmado pelo coronel BM Alessandro Borges Ferreira, responsável pelo inquérito que apura as circunstâncias da morte do aluno.
Tudo será investigado. Todas as denúncias serão levadas para o bojo do inquérito e serão devidamente aparadas. É obvio que a tenente, até pelo que ocorreu, não irá neste momento participar dos treinamentos deste pelotão. Todos os fatos serão apurados e não farei um pré-julgamento. Tudo o que ocorreu no dia, será constatado no IPM. O Corpo de Bombeiros não coaduna com excessos e atos ilegais. As decisões serão tomadas baseadas em fatos reais, disse o coronel.
Medo da oficial
No dia em que ia participar do treinamento, Rodrigo relatou o medo de participar das aulas práticas comandada pela tenente Isadora Ledur. Em uma das mensagens de WhatsApp, enviadas para a mãe, Jane Patrícia Lima Claro, o aluno diz que está meio que prometido e a sua mãe disse que tudo é somente pressão.
Na conversa por meio do aplicativo, Rodrigo continua, dizendo que Isadora estava &39pegando em seu pé&39. E hoje ela vai tá lá. Por isso fico com medo, escreveu o rapaz, na mensagem.
Após o treinamento, Rodrigo voltou a conversar com a mãe. A última mensagem que Jane teve com o filho foi ao final do dia, antes de ser internado em coma. Não consegui. Estou mal. Vou para a coordenação, teria dito Rodrigo à mãe.
Depois disso, Jane só foi comunicada que Rodrigo tinha tido duas convulsões e que seria transferido para um hospital particular.
O rapaz ficou em coma até na madrugada de quarta-feira (16), quando foi confirmada sua morte.
Promoção
Mesmo com as ameaças expostas pelo aluno, o coronel Ferreira disse que a promoção da tenente Ledur para capitã, não será barrada. São duas coisas diferentes. Esta comissão se reuniu no início deste mês. Já foi feito todo o procedimento para a promoção. Não podemos condenar a tenente sem o inquérito. Não temos como segurar uma promoção sem o inquérito ser finalizado. Cada um vai responder pelos seus atos, se for culpado.
Inquérito
Após passar por necropsia no Instituto Médico Legal (IML), o corpo de Rodrigo foi liberado para sepultamento. De acordo com informações, o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) não foi conclusivo e a causa da morte deve ser revelada nos próximos dias.
O inquérito deverá ser finalizado daqui 30 a 50 dias. Caso haja culpados, eles responderão administrativamente e criminalmente. O Ministério Público Estadual (MPE) também acompanha a investigação.
Todos os militares estão consternados e tristes com a morte de um irmão de farda. Neste primeiro momento, a intenção é dar apoio aos familiares. Para acompanhar as investigações, fui designado para ser o presidente do inquérito. Podem ter certeza que será conduzido na busca da verdade. Posso garantir que seremos transparentes. A família vai acompanhar o andamento do processo e todas as pessoas envolvidas no caso serão ouvidas, disse o coronel.
 
 
 
 
 
RepórterMT