Por conta das confissões que o ex-secretário chefe da Casa Civil Pedro Nadaf vem fazendo nas ações criminais a que responde por crimes de corrupção, supostamente cometidos durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), outras investigações correm à parte da ação que tramita na Sétima Vara Criminal de Cuiabá. Uma delas envolve a ex-deputada estadual e prefeita eleita de Juara, Luciane Bezerra (PSB).
Em um despacho (veja imagem ao final da matéria) da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), emitido no dia 27 de setembro deste ano, os delegados Márcio Moreno Vera e Alexandra Fachone resolvem fazer novas diligências para apurar, em novo inquérito policial, os supostos crimes apontados por Nadaf contra a ex-deputada.
De acordo com as declarações prestadas pelo ex-secretário, ele teria repassado à Luciane Bezerra o valor de R$ 700 mil, no ano de 2014, por meio de cheques e dinheiro oriundos do recebimento de propinas. O montante seria referente a uma dívida que Silval Barbosa teria com ela.
Além de dinheiro oriundo de propina, o ex-secretário afirmou que também utilizou dinheiro fruto do desvio da desapropriação do bairro Jardim Liberdade, que é alvo da Operação Sodoma 4. Pedro Nadaf disse ainda que Luciane Bezerra tinha plena ciência da origem ilícita dos valores recebidos.
No despacho, os delegados destacam que em um relatório técnico sigiloso, consta a localização de um cheque da empresa SF Assessoria e Organização de Eventos Eirelli ME depositado na conta corrente da empresa J. Lisboa da Hora EPP, no dia 15 de maio de 2014, bem como uma procuração emitida por essa empresa para Celso Ricardo Borba Azóia, irmão de Luciane Bezerra, outorgando poderes para ele representar a empresa pelo período de maio de 2013 a agosto de 2015.
O cheque localizado pela Polícia Civil e que Nadaf afirma ter entregue a Luciane Bezerra era oriundo de propina e a empresa SF Assessoria e Organização de Eventos Eirelli ME pertencia ao delator Filinto Muller, que confessou, no âmbito da Operação Sodoma 1, ter lavado dinheiro para a organização criminosa, denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPE).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com:RepórterMT