A Odebrecht vai delatar o esquema de Marcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça de Lula, que utilizava da infraestrutura da Polícia Federal para extorquir e perseguir gente a mando do PT.
O conteúdo do livro Assassinato de Reputações, do ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr. (de que este escriba é co-autor) já revelara o modus-operandi da PF de Márcio Thomaz Bastos: “A PF como instrumento pessoal de pressão e intimidação” e a “PF é o braço armado e indispensável ao projeto de poder”. Agora, as delações da Odebrecht vão revelar a outra face da PF de Marcio Thomaz Bastos: a de arrecadadora para o projeto de poder do PT e a sua equipe de arrecadadores.
Naji Nahas, que tem relação estreita com Eduardo Cunha e com o ex-presidente Lula, e representou os interesses da Pirelli e da Telecom Italia, no Brasil, era um dos principais agentes arrecadadores de Marcio Thomaz Bastos.
Naji Nahas era muito amigo da família Schahin e tentou intermediar um “acordo” entre Lucio Funaro, a família Schahin e Eduardo Cunha.
Confiram: http://piaui.folha.uol.com.br/materia/em-aguas-profundas/
Bem: este blog antecipou que a PF chegaria em Lucio Funaro, operador do PMDB. E chegou:
http://tognolli.tumblr.com/post/146613805530/chegaram-em-funaro-el-operador-temer-e-cunha
Naji Nahas utilizava Lucio Funaro como biombo para lavar o dinheiro distribuído através do esquema. Funaro está preso e já declarou ao Ministério Público sua intenção de fazer delação premiada, que não será a primeira. Funaro ficou conhecido publicamente por ser um delator do Mensalão.
Funaro é tido como explosivo, língua solta, e muito bem relacionado com Fernando Cavendish, preso e solto na Operação Saqueador. Cavendish ficou famoso pela “gangue dos guardanapos”, escândalo que estourou, em 2011, após a tragédia que matou a sua mulher e revelou a sua intima amizade com o governador do Rio, Sérgio Cabral.
Vejam:
http://oglobo.globo.com/brasil/fernando-cavendish-da-amizade-magoa-com-sergio-cabral-19621363 http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/41905-a-gangue-do-guardanapo.shtml
As operações Lava Jato e Zelotes vão se entrelaçar com essas novas delações e atingir o pagamento de propina através de advogados. A atuação de Marcio Thomaz Bastos também no Cade está na mira do MPF e no livro Assassinatos de Reputações, Tuma Jr. escreveu que “o Cade é um órgão hipersujeito à instrumentalização do governo. Não foi à toa aquela disputa sobre o nome a comandá-lo entre Mercadante e Thomaz Bastos.”
Confiram:
O MPF já está investigando e a Polícia Federal prendeu recentemente, em flagrante, um conselheiro do Cade.
Como foi noticiado pelo Valor Econômico, a Odebrecht também negocia delação com as Justiças americana e Suíça.
Confiram: http://www.valor.com.br/politica/4628277/odebrecht-negocia-delacao-com-justica-americana.
Na Italia, a Odrebrecht também é investigada por pagar propina através Valter Lavitola, ao presidente do Panamá. Valter Lavitola, ex-número um de Berlusconi, foi condenado por extorsão na Itália. Esse processo envolveu Lula e Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil e da Previ. A justiça italiana enviou uma carta rogatória para que Lula fosse ouvido.
Confiram: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,italia-pede-para-interrogar-lula,1779950A.
A estrutura organizacional da Odebrecht era ampla e parecida com a estrutura que o PT desenvolveu para governar o Brasil. Segundo o coordenador da força-tarefa Deltan Dellagnol, a Odebrecht durante a gestão de Marcelo Odebrecht adotou a corrupção como modelo de negócio profissional. Em Curitiba estão trabalhando 50 agentes do FBI ajudando a força tarefa na investigação dos crimes transnacionais, que envolvem, inclusive, pagamentos a FIFA para trazer a Copa para o Brasil e construir estádios superfaturados.
Claudio Tognolli-YAHOO-Notícias