Quarenta anos em 90 minutos. Ingleses e portugueses começam neste sábado, às 12h de Brasília, a decidir, em Gelsenkirchen, o futuro nesta Copa do Mundo, tal qual em 1966. O sonho do título para ambos passa pelo estádio do Schalke 04, que reformado para a Copa, será totalmente coberto nesta partida do Mundial. Ou seja: chuva, só de emoções.
Isto porque uma rivalidade histórica entrará em campo com as seleções de Inglaterra e Portugal. Há 40 anos – num jogo que estava marcado para Liverpool, onde Portugal estava com a sede, mas a FIFA, por pressão política transferiu para Wembley – a Inglaterra aplicou 2 x 1 em Portugal e chegou à decisão da Copa e acabou campeã, contra a Alemanha.
Aquele jogo marcou, na opinião de muitos, o encontro entre as melhores gerações futebolísticas dos dois países. Bobby Charlton comandou a única conquista inglesa; Eusébio era o artífice da melhor campanha lusitana. Enquanto os súditos da Rainha comemoravam a taça, como consolo, os portugueses viam Eusébio ser o artilheiro do Mundial, com 9 gols. Ap
Felipão e seu “exército” enfrentam o forte time inglês nas quartas
É consenso entre todos também de que o encontro de 2006 marca a melhor geração de jogadores, de ambos os países, desde então. De um lado Beckham, Rooney, Joe Cole, Lampard, Owen e Gerrard tentarão fazer valer a badalação em cima de seus nomes. De outro, o time de Figo, Cristiano Ronaldo, Pauleta (o maior artilheiro da história do futebol português terão que superar uma série de desfalques para repetir o feito da Euro 2004.
Na ocasião, em Lisboa, Portugal empatou em 2 x 2 com a Inglaterra, também nas quartas de final da competição. Nos pênaltis, os lusitanos levaram a melhor, por 6 x 5, e avançaram às semifinais. Chegariam à decisão, mas acabariam perdendo para a surpreendente Grécia, que sequer foi à Copa.
Por tudo isso, o jogo promete. E em campo, inúmeras dúvidas. O técnico inglês, o sueco Sven-Goran Eriksson, deve repetir o esquema tático usado contra o Equador, na vitória por 1 x 0 nas quartas de final. O que significa dizer que os ingleses vão no 4-5-1, com apenas Wayne Rooney na frente. Assim, Carrick ganharia a vaga de Peter Crouch. Beckham, pela direita, e Joe Cole, pela esquerda, seriam falsos atacantes.
Na seleção de Portugal, Felipão não poderá se dar ao luxo de repetir esquema. Isso porque não poderá contar com Deco e Costinha, expulsos contra a Holanda, na vitória por 1 x 0. E mais: Cristiano Ronaldo, que deixou o jogo sentindo a coxa, é a maior dúvida do treinador. Mesmo assim, ele deve estar em campo. Petit e Simão Sabrosa deverão jogar no lugar dos expulsos.
“Revanche” após 1998. Ronaldo x Zidane
Como gosta de dizer o coordenador-técnico da Seleção, Zagallo, faltam apenas três jogos para o hexacampeonato.
Mas para o sonho continuar vivo, o Brasil precisa superar a França, neste sábado, às 16h (horário de Brasília), pelas quartas-de-final da Copa. Ingredientes não faltam para uma partida emocionante. Afinal, estarão em campo duas das maiores seleções de futebol do mundo.
O vencedor deste duelo encara na semifinal da competição quem triunfar de Portugal e Inglaterra. Eles se enfrentam também neste sábado, às 12h (horário de Brasília), em Gelsenkirchen.
No Brasil, o clima de revanche está totalmente rechaçado. Em 1998, no Mundial da França, a Seleção perdeu para os donos da casa por 3 x 0, com grande atuação de Zidane.
“Isso só aconteceria se as seleções se fizessem uma final de Copa do Mundo. Não estamos enfrentando qualquer equipe. Eles também já foram campeões e é necessário um “plus” neste jogo”, disse o comandante brasileiro.
Sobre o time, a tendência é de que o volante Emerson e o meia Kaká, recuperados de lesão no joelho direito, tenha condições normais de jogo. Ambos participaram normalmente do último treinamento. EFE
Próximo da aposentadoria, Zidane quer reviver as glórias de 1998
Mas caso sejam vetados, Carlos Alberto Parreira já deixou de sobreaviso os substitutos Gilberto Silva e Juninho Pernambucano. Os dois já foram testados pelo treinador. Em relação ao adversário, o técnico da Seleção pediu respeito e sabe que vai precisar jogar muito bem para supera-los.
“Temos de ter eficiência máxima e erro zero. A Copa é uma competição que não permite vacilo. Existem diversas equipes em condições de vencer este torneio, por isso, temos de ter cuidado”, enfatizou.
Pelo lado da França, o técnico Raymond Domenech respira mais aliviado. Afinal de contas, o comandante francês contará com o astro Zidane. O meia está totalmente recuperado de dores na coxa, sofrida após a vitória sobre a Espanha, pelas oitavas-de-final.
Já o atacante Henry, admirador do futebol brasileiro, não poupou palavras para enaltecer os craques da Seleção e disse que no país, o esporte já nasce em qualquer criança.
“Você apenas tem que olhar para aquelas cinco estrelas na camisa deles e entender que o futebol é parte da identidade deles. Eles amam muito esse esporte. Eles apenas têm de levar aquela bola para a frente, essa é a maneira como eles sempre jogaram e sempre será assim“, disse.