Os partidos de oposição decidiram apresentar, na segunda-feira (7), um aditamento ao pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que já está em andamento na Câmara dos Deputados. O aditamento será para acrescentar ao pedido as informações publicadas pela revista IstoÉ. De acordo com reportagem da revista, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) firmou um acordo de delação premiada.
A reportagem da revista diz que o senador acusou a presidente Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de terem conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras. “Se confirmadas todas essas denúncias que a revista IstoÉ traz hoje, nós estamos vivendo o momento mais grave de toda essa crise moral por que passa o país”, disse o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Segundo Aécio, o aditamento será feito com a assinatura dos juristas Miguel Reale, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, autores do pedido original de impeachment que foi acatado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. "Em especial o capítulo que fala da possível interferência da presidente da República no processo de investigação da Lava Jato, com a nomeação direcionada de ministros do STJ [Superior Tribunal de Justiça]”, disse o senador.
A nomeação direcionada a qual se refere Aécio Neves seria a de Marcelo Navarro, de acordo com a reportagem da IstoÉ. Segundo o texto, na delação, Delcídio teria contado que a presidenta nomeou Navarro com a condição de ele votar pela soltura dos presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo. Os dois foram presos na Operação Lava Jato.
A oposição decidiu também acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que analisa atualmente pedido de impugnação da chapa que ganhou as eleições presidenciais em 2014, formada pela presidenta Dilma e o vice Michel Temer. “Vamos dar ciência formalmente ao TSE dessas informações para que ele também possa aprofundar nas investigações da sua consistência, da sua veracidade”, disse Aécio.
O presidente do PSDB também voltou a defender o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – que virou réu no Supremo Tribunal Federal em processo relacionado a denúncias da Lava Jato – , mas disse que “seria um absurdo é que as questões que envolvem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, impedissem a Câmara dos Deputados de cumprir a sua prerrogativa constitucional”.
“Cabe, pela Constituição, à Câmara dos Deputados avaliar, aprovar ou não o início do processo de impeachment. Isso é responsabilidade da Câmara. Questões que envolvam qualquer um dos seus membros e o presidente não podem impedir a Câmara de cumprir seu papel constitucional. É isso que nós estaremos cobrando”, disse. Com informações da Agência Brasil.