Assessores da presidente Dilma Rousseff avaliam que a nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada, tem o objetivo de "desgastar" a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no momento em que o governo está "fragilizado" e "tenta encontrar saídas" para a crise política e econômica do país.
O ministro José Eduardo Cardozo afirmou publicamente, nesta quarta, que qualquer associação entre Lula e a nova fase da operação é "especulação indevida". Contudo, segundo a Folha, auxiliares de Dilma acreditam que "o cerco a Lula se fechou ainda mais" e isso é "preocupante" visto que o ex-presidente ainda é tido como o principal fiador do governo.
No entanto, a avaliação de ministros do núcleo mais próximo à presidente é que uma eventual prisão de Lula "não deve acontecer". Segundo eles, o ex-presidente ainda tem respaldo da militância do PT e de diversos movimentos sociais, que iriam às ruas para defendê-lo caso isso acontecesse. Alguns, porém, não descartam que, caso o ex-presidente seja "totalmente desmoralizado", o cenário fique mais fácil para que ele seja preso.
No início do ano, o ex-presidente Lula reforçou sua equipe de defesa com a contratação do criminalista Nilo Batista. Nas palavras de aliados, a contratação do advogado se deu porque Lula "tomou consciência de que algo mais grave poderia acontecer".
Foi deflagrada a 22ª fase da Lava Jato nesta quarta, operação que apura o esquema de corrupção na Petrobras, para investigar se a empreiteira OAS lavou dinheiro por meio de negócios imobiliários para favorecer o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso desde abril de 2015. Entre os imóveis investigados, está um triplex no Guarujá que foi reservado a Lula.
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