País mais populoso da América Latina, o Brasil conta com 620.000 pessoas vivendo com o HIV (vírus da Aids), mas a taxa de infecção (prevalência) se estabilizou em cerca de 0,5% da população adulta desde 2000.
Promoção de projetos de educação sexual e prevenção da Aids nas escolas e campanhas pelo uso de preservativos fizeram a taxa de utilização do mais conhecido método contraceptivo subir 50% entre os brasileiros de todas as idades (e em mais de um terço entre os de 15 a 24 anos) entre 1998 e 2005, o que é “considerável”, segundo a OnuAids.
O programa de fornecimento de tratamentos antirretrovirais é “um dos mais completos do mundo e gera resultados positivos”: a transmissão de mãe para filho do HIV passou de 16% em 1997 para 4% em 2002. As taxas de mortalidade atribuídas à Aids caíram 50% entre 1996 e 2002, ressalta a OnuAids.
Embora os níveis de infecção continuem elevados entre os consumidores de drogas injetáveis, devido à não utilização de material estéril por três quartos deles, as relações sexuais sem proteção entre homens ainda representam o fator mais importante de transmissão do HIV no Brasil.
Os quatro maiores países da América Latina (Brasil, Argentina, Colômbia, México) reúnem dois terços das pessoas contaminadas pelo HIV no subcontinente, mas é nos menores países da América Central que a taxa estimada de prevalência é a mais elevada. Ligeiramente inferior a 1% em El Salvador, Guatemala e Panamá, ela chega a 1,5% em Honduras e a 2,5% em Belize, segundo a OnuAids.
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mais conhecida por sua sigla Aids, é causada por uma infecção viral que ataca o sistema imunológico.
Os primeiros casos desta nova doença foram diagnosticados há 25 anos. O agente da Aids destrói determinados glóbulos brancos, o que deixa o doente à mercê de infecções denominadas oportunistas (como a tuberculose, a pneumocistose e a toxoplasmose) ou tumores cancerosos, como o sarcoma de Kaposi ou os linfomas malignos.
A doença pode ser transmitida por via sexual, sanguínea ou materno-filial durante a gravidez ou a lactação.
O vírus da imunodeficiência adquirida (HIV1, o mais disseminado no mundo, e o HIV-2) se reproduz mediante a parasitação, principalmente dos linfócitos T4 ou CD4, glóbulos brancos que “coordenam” o sistema imunológico.
Depois do processo de multiplicação, os novos vírus destroem a célula que lhes serviu de ninho e partem para infectar outras, o que provoca uma deficiência no sistema imunológico.
Geralmente se aplica o termo Aids ou Aids declarada às principais formas desta deficiência, caracterizada, sobretudo, por uma baixa na taxa de linfócitos CD4 abaixo dos 200 por milímetro cúbico, enquanto a normal se situa entre 800 e 1.000. Por isso, vários soropositivos, ou seja, portadores do vírus da Aids, não são considerados doentes.
Os medicamentos contra o HIV agem em diferentes etapas para tentar evitar que o vírus entre na célula, se replique nas já infectadas e até mesmo se forme antes de partir para infectar outras.
Após a comercialização, em 1987, do AZT, primeiro medicamento contra o HIV, e a chegada da triterapia anti-retroviral (mais conhecida como coquetel) marcou, em 1996, uma etapa chave na luta contra o vírus.
Estes tratamentos transformaram a Aids em uma doença crônica de longa duração para muitos pacientes dos países desenvolvidos, que se vêem obrigados a tomá-los por toda a vida porque o vírus continua oculto no corpo mesmo quando não pode ser detectado.
Nos países pobres, há atualmente 1,6 milhão de doentes que recebem este tratamento, enquanto outros seis milhões morrerão por falta destes, segundo dados de junho passado da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os cientistas fazem uma corrida contra o relógio contra as freqüentes mutações do HIV, que os obrigam a atualizar os medicamentos quando o vírus aprende como neutralizar os anteriores.
Estas mutações, causadas por falhas na cópia do material genético do HIV, também complicam o desenvolvimento de uma vacina.
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