quinta-feira, 21/11/2024
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Médicos param em quatro hospitais de MT por falta de pagamentos

Os médicos que prestam serviços nos hospitais regionais de Alta Floresta, Colíder e Sinop e no Hospital Metropolitano de Várzea Grande decidiram restringir os atendimentos aos casos de urgência e emergência, em protesto pela falta de repasse dos salários por parte do Governo do Estado.

Em Sinop, a ala pediátrica do Hospital Regional foi a única a ter os atendimentos afetados, até o momento, pela paralisação. Nas demais unidades de saúde, porém, os atendimentos eletivos – como cirurgias e consultas pré-agendadas – foram suspensos. O secretário estadual de Saúde, Eduardo Bermudez, admitiu os atrasos, mas promete regularizar a situação até o dia 29 deste mês.

Representante dos médicos que atuam no Hospital Regional de Colíder, Antônio Batista de Queiróz, de 64 anos, diz que a categoria está desprestigiada e não recebe desde julho. Dentro de 10 dias, a classe irá completar quatro meses sem pagamentos, segundo o médico.

“Hoje, nós estamos pagando para trabalhar, porque 80% dos médicos não são de Colíder e precisam se deslocar constantemente para lá, assumindo os custos de locomoção e alimentação', afirmou.

O médico afirmou que irá “entregar as chaves” da unidade de saúde ao estado caso os repasses não sejam regularizados rapidamente.

“Os casos de urgência e emergência serão atendidos e vamos avaliar os pacientes internados. Aqueles que podem receber alta, serão liberados. Aqueles que ainda não podem serão estabilizados até que possam ser transferidos para outras unidades”, disse.

Sucatemanto

Conforme Queiróz, os médicos também não contam com recursos e equipamentos necessários para efetuar, com qualidade, os quase 150 mil atendimentos mensais na unidade, razão pela qual ele ingressou com um boletim de ocorrência contra o sucateamento da unidade onde trabalha.

“Atendemos de 150 a 200 pessoas por dia, apenas no pronto-atendimento, sem falar das cirurgias e consultas eletivas, ambulatórios, os pacientes internados. Mas o atendimento está prejudicado. Devido ao sucateamento dos hospitais, não conseguimos dar a assistência plena aos pacientes”, criticou.

Sucatemanto

Conforme Queiróz, os médicos também não contam com recursos e equipamentos necessários para efetuar, com qualidade, os quase 150 mil atendimentos mensais na unidade, razão pela qual ele ingressou com um boletim de ocorrência contra o sucateamento da unidade onde trabalha.

“Atendemos de 150 a 200 pessoas por dia, apenas no pronto-atendimento, sem falar das cirurgias e consultas eletivas, ambulatórios, os pacientes internados. Mas o atendimento está prejudicado. Devido ao sucateamento dos hospitais, não conseguimos dar a assistência plena aos pacientes”, criticou.

Presidente do Sindimed, Eliana Siqueira, e o médico Antônio Queiróz. (Foto: Lislaine dos Anjos/G1MT)Eliana Siqueira e o médico Antônio Queiróz,

durante a coletiva (Foto: Lislaine dos Anjos/G1MT)

De acordo com o representante de Colíder, a maior parte dos problemas de falta de estrutura, na unidade, se concentram nas unidades de terapia intensiva (UTIs) adulto, pediátrica e neonatal.

“A maior parte dos problemas estão na UTI. Quando estou de plantão, eu fico com medo de chegar alguém, porque eu tenho que atender, mas como? Não tem respiradouro. Você fica lá oxigenando manualmente, revezando a equipe, até surgir a oportunidade de transferência para outra unidade com respiradouro. E ainda estão devendo fornecedores, telefone e internet estão cortados, luz está atrasada, várias coisas', afirmou.

Atraso nos repasses

De acordo com a presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Eliana Siqueira, as empresas terceirizadas de serviços médicos que atendem aos hospitais regionais de Rondonópolis e Cáceres também estão com pelo menos dois meses de repasses em atraso.

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Os casos de urgência e emergência serão atendidos e vamos avaliar os pacientes internados"
Antônio Queiróz, médico em Colíder

“As empresas médicas não estão pegando pacientes novos. Aqui na Capital é mais fácil, porque há outras unidades. Mas e no interior? Lá, eles atendem urgência e emergência. Mas as cirurgias eletivas, por exemplo, que são coisas como uma pedra na vesícula ou um cisto – que produzem um sofrimento para a pessoa, mas que não levam a risco de morte – fazem com que as filas de espera, que já não pequenas, aumentem”, avaliou.

Segundo os médicos, o estado havia se comprometido a pagar um mês em atraso na última sexta-feira (16) e mais uma parcela nesta terça-feira (20), o que não foi cumprido. O secretário Eduardo Bermudez alegou que não há falta de dinheiro na saúde e que os atrasos nos repasses são frutos da “desestrutura encontrada pela atual na gestão”.

“O que levou aos atrasos é que a estrutura que nós tínhamos recebiam uma série de volumes de processos que requeriam  avaliações e reavaliações no sentido técnico e jurídico, o que demandou um tempo focado nesse aspecto. Resolvida essa parte, começamos a desenvolver a estrutura da área e demos início à execução dos pagamentos”, disse.

Segundo o secretário, ainda nesta semana a pasta dará início à regularização dos repasses aos hospitais, de forma que todas as contas estejam em dia até o dia 29 deste mês. Já quanto ao sucateamento das unidades, ele disse que os hospitais regionais deverão passar por uma reestruturação durante a atual gestão.

“Estamos pensando em renovar toda a nossa rede de hospitais regionais, quer no sentido de administração, quer no sentido de estrutura. Colocamos a saúde em primeiro plano e o que nós estamos passando agora é em razão da desestrutura que encontramos no passado. O que estamos mostrando é que, daqui para a frente, as coisas ocorrerão de forma legal, organizada e estruturada”, completou.

 

 

 

 

 

Fonte:G1-MT

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Parmenas Alt
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A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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