Após recuar ante o real no início dos negócios desta quinta-feira (1º), o dólar virou e fechou em alta. O avanço foi ampliado à tarde, com o dólar voltando ao patamar de R$ 4, com o quadro político incerto no Brasil deixando o mercado mais sensível à piora do humor nos mercados externos.
A moeda norte-americana fechou em alta de 0,93%, vendida a R$ 4,0024. Veja a cotação do dólar hoje Na semana, o dólar subiu 0,67% e no ano, acumula alta de 50,54%.
Veja as cotações ao longo do dia:
Às 9h, caía 0,38%, a R$ 3,95
Às 9h20, caía 0,46%, a R$ 3,9472
Às 9h30, subia 0,05%, a R$ 3,9676
Às 10h10, subia 0,45%, a R$ 3,9832
Às 11h10, subia 0,035%, a R$ 3,9669
Às 12h48, subia 0,53%, a R$ 3,9865
Às 13h11, subia 0,97%, a R$ 4,0043
Às 13h43, subia 0,89%, a R$ 4,0009
Às 14h, subia 0,82% a R$ 3,9983
Às 14h20, subia 1,02% a R$ 4,006
Às 15h12, subia 1,120% a R$ 4,010
Às 15h36, subia 0,94% a R$ 4,003
Às 16h, subia 0,88% a R$ 4
Às 16h30, subia 0,64%, a R$ 3,991
"Houve uma leve piora no exterior e o mercado aqui está muito sensível a qualquer pressão de alta", disse à Reuters o operador da corretora Spnielli José Carlos Amado.
Na véspera, o Banco Central sinalizou que deve rolar integralmente os swaps cambiais que vencem em novembro, indicando aumento da intervenção no mercado de câmbio, e após o Congresso adiar a análise dos vetos presidenciais, que têm impacto em potencial sobre as contas do governo. As notícias motivaram a tendência de baixa no início da sessão, mas minutos depois a moeda passou a mostrar valorização.
As bolsas norte-americanas ampliaram as perdas no início da tarde e os preços do petróleo passaram a cair. O movimento se refletiu em algumas moedas emergentes, com o dólar praticamente anulando as perdas contra os pesos chileno e mexicano. O real, no entanto, foi mais afetado.
"O clima político segue ruim, apesar da reforma de Dilma", escreveram analistas da Guide Investimentos em nota a clientes, referindo-se à expectativa de que o atual ministro da Defesa, Jacques Wagner, assuma a casa Civil no lugar de Aloizio Mercadante, segundo a Reuters.
Cenário nacional
Após horas de negociação sem que deputados e senadores chegassem a um acordo, a sessão do Congresso para análise de vetos presidenciais foi adiada para a próxima terça-feira.
Os atritos entre o Legislativo e o Executivo têm deixado o mercado nervoso, principalmente em meio aos esforços da oposição pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em outra frente da oposição contra Dilma, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) volta a analisar nesta quinta-feira uma ação que pede a cassação do mandato da presidente, já com maioria favorável à continuidade da ação.
O BC reagiu às turbulências recentes reforçando sua intervenção no câmbio com leilões de venda de dólares com compromisso de recompra e de novos swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares.
"O mercado está andando de lado. Sabe que o BC está de olho, mas o cenário está complicado o suficiente para justificar o dólar perto de R$ 4", disse à Reuters o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.
Na véspera
Depois de um início de negócios em alta, o dólar fechou em queda pelo segundo dia seguido, e voltou a ficar abaixo de R$ 4 nesta quarta-feira (30).
A moeda norte-americana caiu 2,30%, vendida a R$ 3,9655. No mês de setembro, a moeda acumula alta de 9,33%, e no ano, 49,15%.
Intervenção do Banco Central
Nesta sessão, o BC deu continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio e iniciou a rolagem dos swaps que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos. Isso representa 5% dos contratos que vencem em novembro, que correspondem a US$ 10,278 bilhões.
Se mantiver esse montante e vender sempre a oferta total, realizando leilões até o penúltimo pregão de outubro, o BC vai rolar integralmente o lote do mês que vem, como fez nos últimos dois meses.
Fonte: G1