Aproximadamente 90% do arroz consumido pela população de Mato Grosso é produzido e beneficiado dentro do próprio Estado. Diferente de anos atrás, o grão alcançou qualidade excepcional, se tornando competitivo e pronto para ser comercializado em qualquer parte do país ou no exterior. Agora, que o cereal já caiu no gosto popular dos mato-grossenses, o setor se prepara para novos desafios, como a expansão do mercado. A meta é comercializar o excedente da produção, cerca de 50%, no mercado internacional, principalmente em países da América Central.
A exportação foi um dos temas debatidos durante o V Seminário do Arroz de Terras Altas, realizado em Cuiabá, reuniu especialistas, pesquisadores, representantes de entidades, produtores e industriais. Todos com o mesmo objetivo, fortalecer a cadeia produtiva para melhorar a qualidade do grão, conquistar novos consumidores e aumentar a produção. “Ainda temos alguns gargalos, como a logística, mas demos o primeiro passo. Este seminário mostrou que todos estão interessados no fortalecimento do segmento orizícola. Agora, chegou a vez da indústria se qualificar, buscar a certificação e explorar novos mercados”, afirmou o presidente do Sindicato Estadual das Indústrias do Arroz (Sindarroz-MT), garantindo que os mato-grossenses estão consumindo um produto de qualidade igual ao que é produzido no Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz do país.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso produziu, em 2014, um total de 583.449 mil toneladas de arroz, sendo que a região Norte concentrou 25% da produção estadual, com destaque para os municípios de Matupá, Guarantã do Norte e Alta Floresta. Para este ano, a estimativa é de aumento da produção para 612.966 mil toneladas, um incremento de 5%. Conforme o analista da Embrapa Arroz e Feijão, Carlos Magri, parte dessa produção está pronta para ser comercializada no mercado internacional. “Mato Grosso já chegou a produzir dois milhões de toneladas do cereal, porém o produto era considerado insatisfatório. Com o passar do tempo, diminuímos a produção, mas ganhamos em qualidade”, disse o analista.
O V Seminário de Arroz Terras Altas foi realizado pelo Sindarroz-MT, no dia 24/09, em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão e apoio da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Agro Norte Pesquisa e Sementes, Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer-MT) e Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz). Além de tratar sobre exportações, durante o evento foram realizadas palestras sobre eficiência energética a partir da casca do arroz, importância do uso de sementes certificadas e sugestões para a consolidação da marca coletiva do arroz.