O governador Pedro Taques (PDT) foi o mais crítico ao governo federal durante o 11º Fórum da Amazônia e cobrou da presidente Dilma Rousseff (PT) que ela faça a lição de casa com a redução de gastos e ministérios. Por outro lado, também denfendeu que haja um entendimento entre os gestores para que o país possa sair da crise.
Taques reclamou ainda da falta de diálogo com Dilma e criticou o fato de ter feito o ajuste fiscal sem consultar os governadores. "Precisamos ser ouvidos, hoje falei com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e ele também avalia que os governadores precisam ser ouvidos, ainda mais neste momento de clima de final de festa, em que não se sabe todos os reflexos da Operação ação Lava Jato e com a crise atingindo os Estados", afirmou em entrevista ao Estadão.
Durante seu pronunciamento, Taques afirmou que a união dos estados da Amazônia Legal é fundamental para conseguir o fortalecimento da política de desenvolvimento sustentável, com ações como a remuneração por serviços ambientais, investimentos em educação, saúde, energia e transporte e produção de conhecimento.
Com foco no desenvolvimento econômico e no meio ambiente, Taques enfatizou que Mato Grosso produz muito e possui 60% da área preservada. “Preservamos muito e queremos preservar mais. Precisamos debater a crise com os governadores da Amazônia e discutir temas importantes com a questão ambiental e a crise política. Queremos debater o Brasil”, afirmou.
A solicitação de ser ouvido parece que foi atendida. A presidente Dilma fez um convite aos governadores para um encontro que deverá ocorrer na quinta (30) para tentar selar um acordo de governabilidade.
Os nove governadores que partiparam do Fórum estão preocupados com os reflexos do acirramento da crise econômica e com o cenário de instabilidade política no país e entendem ser o momento de assumir um papel de protagonismo junto ao governo federal para encontrar soluções aos problemas. "Não dá mais para os 27 governadores serem simples espectadores de um cenário dramático que está nos levando a um final nada feliz", disse o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB).
Além de Taques, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), também defendeu que haja um entendimento nacional. Ele propos um pacto nacional pela governabilidade. "O debate no Congresso está contaminado e a temperatura só vai diminuir quando tivermos um acordo das principais lideranças do País e isso passa pelos governadores."
No fórum, os governadores elaboraram a Carta de Manaus, que será entregue à presidente e pediram mudanças em políticas públicas aplicadas em diversas áreas para estimular o crescimento econômico e propiciar melhorias na qualidade de vida dos cidadãos. Compõem a Amazônia Legal os Estados de Mato Grosso, Tocantins, Rondônia, Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Maranhão e Roraima.