A indústria brasileira teve mais uma queda na produção e no emprego em março. O índice de evolução da produção foi de 48,2 pontos e o do número de empregados, 43,6 pontos. As informações são da pesquisa Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os dois indicadores variam de zero a cem pontos. Abaixo de 50, indicam queda na produção e no emprego. De acordo com o levantamento, a queda na produção contrariou uma tendência de mais aquecimento da atividade industrial em março em relação aos primeiros meses do ano. A utilização da capacidade instalada foi de 67%, e é a menor para o mês desde o início da série histórica, em 2011. Além disso, o índice de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 52,1 pontos, sinalizando aumento dos estoques indesejados. A situação financeira do setor também piorou no primeiro trimestre do ano, pressionada pelos custos. O índice de evolução do preço médio das matérias-primas alcançou 71 pontos e foi o maior da série trimestral, iniciada em 2012. Com isso, houve aumento da insatisfação dos empresários em relação ao lucro e à situação financeira, cujos indicadores recuaram mais de cinco ponto frente ao último trimestre de 2014. O índice de satisfação com o lucro operacional foi de 35,4 pontos. Já o de situação financeira, que atingiu 40,5 pontos, é o menor da série, iniciada em 2007. Para agravar a situação do setor, o acesso a financiamento está cada vez mais difícil. O índice de facilidade de acesso ao crédito recuou para 32,7 pontos e foi o menor desde o primeiro trimestre de 2009. No último trimestre de 2014, o indicador foi de 36,8 pontos, também abaixo de 50 pontos. OBSTÁCULOS E EXPECTATIVAS – A pesquisa mostra ainda que a demanda interna insuficiente, com 39,1% das menções, e elevada carga tributária, com 35,8%, são os principais problemas enfrentados pela indústria no primeiro trimestre do ano. Destaca-se ainda a preocupação dos empresários sobre aspectos relacionados à elevação de custos, em especial energia e matéria-prima. De acordo com o levantamento, a intenção de investimento, que atingiu 46,5 pontos em abril, continua em queda. O índice apresentou recuo de 0,7 ponto ante março e 11,1 pontos frente a abril de 2014. Além disso, os empresários continuam pessimistas em abril em relação à demanda, à compra de matérias-primas e o número de empregados, já que os índices ficaram abaixo da linha de 50 pontos. O indicador de demanda foi de 47,9 pontos, o de compras de matérias-primas registrou 45,8 pontos e o de número de empregados atingiu 42,6 pontos. Os empresários estão otimistas apenas em relação às exportações, cujo índice foi de 51,7 pontos. A Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 15 de abril com 2.307 empresas, das quais 928 são pequenas, 835 são médias e 544 de grande porte. Acesse os estudos: Sondagem Industrial – Março de 2015 Sondagem Industrial de Mato Grosso – Março de 2015 Fonte: Agência CNI de Notícias |