O médico legista e irmão do prefeito de Várzea Grande Walace Guimarães (PMDB), o empresário Josias Santos Guimarães, movimentou sozinho R$ 787,100 mil durante campanha eleitoral de 2012.
A investigação apura crimes de suposto “caixa dois” em favor da candidatura de Walace, feito por meio de doadores de campanha e fornecedores.
De acordo com laudo pericial feito pela empresa Real Brasil Consultoria e Perícias Ltda, de Cuiabá, a pedido do partido político Democratas, cinco contas bancárias do Banco do Brasil de Josias foram analisadas.
O fato que chamou a atenção foi à prestação de contas de Walace ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ele apresentou despesas de campanha, relacionadas à produção de jingle, vinhetas e slogans, bem como produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, a importância de R$ 72.170 mil, nos períodos de agosto a outubro de 2012.
No entanto, foram encontrados mais de R$ 3 milhões em transações na conta de seu irmão, sendo que os pagamentos foram feitos exatamente aos doadores e fornecedores da campanha.
A quebra do sigilo bancário revelou que em 09/10/2012, houve pagamento de Josias à Dibox Distribuidora, no valor de R$ 30 mil; em 30/10/2012, à empresa Líder Comercio e Serviços de Telefonia Ltda., no valor de R$ 200 mil; em 31/08/2012, ele fez pagamento à empresa M Sabatini Filho e Cia Ltda., no valor de R$ 30 mil.
As vultuosas transações prosseguiram. Em 18/09/2012, houve pagamento à empresa M Sabatini Filho e Cia Ltda., no valor de R$ 30 mil e em 18/09/2012, R$ 35 mil ao Sr. Antônio Roni de Liz.
Josias ainda teria “devolvido” R$ 200 mil à Líder Comercio e Serviços de Telefonia Ltda. A referida empresa doou oficialmente à campanha eleitoral de Walace, exatamente este mesmo valor, mediante cheque pago por Josias.
A DIBOX Distribuidora também doou oficialmente à campanha eleitoral o montante de R$ 142 mil, no entanto, recebeu R$ 149.100 mil, valor próximo ao que doou. Essas foram às transações feitas por Josias.
O levantamento total, contudo, apontou que R$ 1.245.180,16 milhão foram devidamente identificado como transações feitas entre Wiltinho, o ex-presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE) e coordenador de campanha, Evandro Gustavo Pontes da Silva; o secretário de Finanças, Mauro Sabatini Filho; o secretário de Comunicação, Eduardo Balbino Ferreira, além das empresas Márcio Nunes ME; M. Sabatini Filho & Cia Ltda ME; Líder Comércios e Serviços de Telefone Ltda.; e E.G.P da Silva ME.
Preso por porte de arma
O irmão do prefeito Walace foi preso em 18 de outubro de 2014 em flagrante, em sua residência, com um verdadeiro arsenal de armas de grosso calibre e diversas munições. Josias ficou dois dias detido.
Os policiais cumpriam mandado de busca e apreensão, durante a Operação Camaleão, quando encontraram o carregamento. A operação foi feita pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e investigou fraudes em licitações da Prefeitura de Várzea Grande.
ComRepórterMT