O procurador da República que coordena as investigação da Operação Lava Jato, Deltan Martinazzo Dallagnol, afirmou na tarde desta segunda-feira, 16, em coletiva de imprensa, que há "amplas provas" do envolvimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, no esquema de corrupção na Petrobras. Segundo Dallagnol, cabia a Vaccari indicar as contas dos diretórios que recebiam os depósitos com recursos oriundos de propina, que depois eram "lavados" como doações eleitorais supostamente legais. "Foram 24 doações ao PT", afirmou o procurador em coletiva de imprensa na tarde de hoje.
Tesoureiro do PT é acusado por corrupção, lavagem e quadrilha
De acordo com o procurador, Vaccari tratava do assunto em reuniões com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e as propinas eram descontadas da diretoria de Serviços, que era comandada por Duque. "Vaccari tinha consciência de que esses pagamentos eram feitos com propina", afirmou, destacando que o acerto dos valores era feito com "regularidade".
Dallagnol destacou que a doação eleitoral em si não é crime, mas que no caso a origem dos valores era escondida e a propina era repassada como doações legais. "Era um esquema sofisticado e complexo para dar uma aparência lícita a recursos ilícitos", afirmou. Segundo o procurador, o pagamento era feito algumas vezes "em espécie" por Duque ou pelo ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, que era braço-direito de Duque. Em sua delação premiada, Barusco afirmou que o tesoureiro do PT arrecadou "até US$ 200 milhões" para o partido, via Diretoria de Serviços. Vaccari e o PT até o momento negam qualquer irregularidade, reiterando que trabalham apenas com doações legais.
No dia 10, o PT informou a decisão de processar o ex-gerente-executivo Pedro Barusco pelas acusações feitas contra o partido durante sessão da CPI da Petrobras. O partido apontou falta de provas nas afirmações.
AEIstoÉ
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