Após a reunião do governador Pedro Taques (PDT) e a bancada federal com representantes da União, para cobrar a liberação de R$ 400 milhões dos recursos do Fundo de Apoio à Exportação (FEX), o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB), pediu que a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), “ouça o clamor das ruas e deixe de aumentar os impostos no país”, e apresentou requerimento para ser encaminhado ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional, solicitando o cumprimento do repasse.
Maluf lembrou que esse recurso faz falta para os cofres do Estado e também dos municípios, que receberão cerca de R$ 120 milhões desse montante.
“O atraso do FEX referentes à perda em relação a Lei Kandir, que não foram pagos no ano passado demonstram o calote do Governo Federal com Mato Grosso. Daqui a pouco, estará vencendo a segunda parcela, chegando a quase R$ 1 bilhão. O Estado atravessa por gargalo financeiro, e esse é um recurso que está fazendo falta aos cofres, e não vejo manifestação nenhuma da União se vai ou não pagar e em que prazo. O governador e a nossa bancada federal estiveram fazendo essa cobrança em Brasília, e aqui, precisamos nos manifestar também. Por isso, apresento esse requerimento e a peço a assinatura e o apoio dos demais deputados, para cobrar esses recursos”, criticou.
Devido ao aumento de impostos e perda dos direitos dos trabalhadores anunciados pelo Governo Federal, o presidente da Assembleia Legislativa analisa que o atraso no repasse do FEX pode ser uma estratégia da União de aguardar o equilíbrio dos cofres para, posteriormente, efetuar os repasses que são de direito dos Estados.
“Esse país que já tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, contou com aumentos de energia, inflação, cortes nos direitos dos trabalhadores, até onde a sociedade vai suportar? No domingo (15), vai haver uma grande manifestação, não é um movimento partidário, é da sociedade brasileira, e não estou aqui falando pelo PSDB, de impeachment ou renúncia, estou falando do clamor das ruas, a presidente precisa ouvir as vozes das ruas, podemos estar começando a viver uma convulsão social e não sabemos até onde isso vai nos levar. O momento nacional é delicado, o dólar passou da casa dos R$ 3, a economia do país não vai bem, a educação teve seus recursos diminuídos, como no Financiamento Estudantil (Fies), que era uma das possibilidades do cidadão ingressar na faculdade, está com problemas e vários alunos já estão deixando de ir às aulas ou contraindo dívidas”, argumentou.