Gramas e ervas que costumam cobrir os pastos das regiões temperadas do mundo são fontes com grande potencial energético e ambiental para produção de biocombustíveis, informa estudo publicado na revista Science. Um grupo de cientistas de Minnesota, nos Estados Unidos, detectou que um conjunto de 16 plantas nativas produziu uma quantidade de energia 238% maior que as culturas como soja e milho, em um período de 10 anos.
Os pesquisadores americanos, primeiro, calcularam quanto o processo de produção de biocombustível, feito a partir de gramíneas, ervas e plantas do grupo das leguminosas, contribuiu para liberação de gases do efeito estufa, informou o jornal Folha de S.Paulo. Depois, eles compararam os dados com os obtidos para a produção de biodiesel a partir da soja e também do etanol feito com a biomassa do milho.
O resultado dessa análise mostra claramente que o primeiro processo de produção é bem menos poluidor que o segundo. As plantas nativas, quando entram na cadeia, mostraram ser de 6 a 16 vezes menos nocivas que soja e milho. Outra vantagem, segundo o artigo científico, é que as plantas nativas podem ser plantadas em regiões já degradadas, que estão em fase de regeneração. Isso faz com que esse tipo de cultura, além de ser útil para a produção de biocombustíveis, não entre em competição nem com as áreas usadas para a produção de alimentos e muito menos com áreas florestais, que devem ser cada vez mais preservadas por causa dos altos índices de biodiversidade.