quinta-feira, 07/11/2024
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Denúncia faz Justiça apertar cerco a Guarani e empresas ligadas à parceira

A Justiça Trabalhista fechou ainda mais o cerco à relação entre Guarani e o Grupo Magnum. Diante de uma denúncia de que as partes mantêm uma parceria, só que com a utilização de uma terceira empresa (os dois negam que haja relação), a juíza Ana Claudia Torres Vianna manteve a postura incisiva em despacho divulgado nesta semana. De acordo com o documento, a magistrada inclui todas as corporações lideradas por Roberto Graziano no pólo passivo do Bugre e solicita a retenção do valor pago pelo empresário no leilão realizado em novembro, na sede da Justiça Federal, em São Paulo. A quantia de R$ 44,4 milhões usada para arrematar o Estádio Brinco de Ouro ainda não foi devolvida.

 
O que chamou atenção da juíza foi a acusação de um denunciante, que teria sido ameaçado de morte e por isso teve identidade mantida sob sigilo pela Justiça, de que Guarani e Magnum continuam em negociações nos bastidores. O presidente Horley Senna e o empresário Roberto Graziano negam que haja qualquer participação da empresa no dia a dia do clube e tentam até desvincular as duas imagens, mas os argumentos até agora não convenceram a juíza.



A certeza (por parte da Justiça) de que Guarani e Magnum formam um grupo econômico ativo fez a magistrada intensificar o processo de investigação. Agora, todas as empresas ligadas a Graziano também ficam corresponsáveis pela dívida trabalhista bugrina, que chega a R$ 68 milhões atualmente. Além disso, o empresário não terá acesso aos R$ 44,4 milhões pagos em 27 de novembro pelo Brinco de Ouro, em leilão na Justiça Federal. O valor continuará retido, segundo a juíza, até que haja uma decisão definitiva quanto à parceria entre as partes. 
 
A única chance de a Magnum recuperar o dinheiro investido antes do prazo é o surgimento de uma nova oferta pelo estádio. Um novo leilão está marcado para 18 de março, às 11h, na sede do Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas – lances online também estão abertos pela internet, caso surja algum interessado. Caso haja uma oferta vencedora, o valor mantido judicialmente será liberado ao grupo de Roberto Graziano. 



– Consigno que não haverá liberação de valores até que haja decisão definitiva quanto à existência do grupo econômico. Acrescento que, havendo arrematação dos imóveis referente às matrículas e transcrição que constituem o estádio do Brinco de Ouro em hasta, os valores ora solicitados serão restituídos a seu titular – escreveu a juíza em despacho.
 

O presidente Horley Senna duvida que haverá uma oferta no próximo leilão, justamente pelos problemas que envolvem Guarani, Justiça (Federal e Trabalhista) e Magnum. O mandatário bugrino entende o despacho como "conflito de competências" entre as duas esferas judiciais e aposta em novos capítulos da história. 

Segundo o cartola, o grupo de Roberto Graziano entrou com um agravo de instrumento para reaver a quantia rapidamente. A mesma postura foi adotada pelo leiloeiro, responsável pelos trâmites do processo.



– Uma está anulando e outra quer o dinheiro que foi aplicado lá para pagar os credores (trabalhistas). Essa decisão vem mostrar que a situação está complicada. Até hoje tem recurso correndo apesar da anulação. Existe um conflito de poderes. Quem se arriscar a dar um lance (no próximo leilão), tem que saber que tem problema na Justiça. Se quem pagou quase R$ 50 milhões está com o dinheiro parado, quem der R$ 126 milhões vai ter que esperar por um bom tempo – afirmou Senna, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

 

 

 

 

GloboEsporte

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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