O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, previu nesta quarta-feira que a situação nos aeroportos irá se normalizar até quinta-feira, com o número de atrasos voltando ao nível de 11% registrado na Segunda-feira. Um dia após o maior caos da história nos aeroportos brasileiros, Zuanazzi condenou a disseminação de temores em relação à segurança dos vôos no País.
“A quem pode estar interessando fazer esse clima de terror? Não há base lógica para isso porque tudo está sendo feito em nome da segurança”, afirmou, ao participar da abertura do Congresso da Associação Brasileira de Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar). “Os brasileiros não precisam ter medo de voar.”
De acordo com Zuanazzi, os problemas registrados na terça-feira nos aeroportos foram produzidos por atrasos e cancelamentos de vôos noturnos – medidas adotadas justamente para garantir a segurança do sistema. A multiplicação das filas nos aeroportos ocorrida ao longo de toda esta quarta-feira era esperada, segundo o presidente da Anac, como um reflexo do “represamento” dos pousos e decolagens do dia anterior. “É como uma grande enchente em que um local enche de água mais rápido do que esvazia”, comparou, reconhecendo.
A crítica ao “terrorismo” foi dirigida às denúncias feitas anonimamente por controladores de vôo de que há no espaço aéreo brasileiro “pontos cegos” em que os aviões somem das telas dos operadores em pleno vôo. O presidente da agência não negou a existência dos pontos, mas considerou “absurdas” as sugestões de que por causa disso a segurança dos passageiros está comprometida.