O Tesouro Nacional não fará nenhum aporte ao setor elétrico em 2015, indicou o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, na noite desta segunda-feira. Apesar da previsão inicial no Orçamento de 2015 de um aporte de 9 bilhões de reais para o fundo setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que banca o desconto na conta de luz, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, já havia sinalizado que a sequência de empréstimos para o setor elétrico – que somaram 17,8 bilhões de reais em 2014 – não se repetiria neste ano.
Com o fim dos aportes bilionários do Tesouro, os gastos do setor devem recair sobre os consumidores, na forma de aumento nas contas de luz. O diretor da Aneel admitiu que a revisão extraordinária de tarifas será "inevitável" para algumas distribuidoras de energia, por causa do aumento dos gastos com a compra de energia de Itaipu e com a CDE. Rufino, porém, não deu uma estimativa de qual será o patamar de aumento nas contas de luz em 2015.
"Não consigo ainda fazer essa projeção, mas o que for necessário fazer em termos de reajuste ou de revisão extraordinária será feito", declarou o diretor-geral da Aneel, após participar, juntamente com Eduardo Braga, de reunião com a presidente Dilma Rousseff. No encontro, a Aneel recebeu “sinal verde” iniciar o reajuste.
"Não agrada a ninguém ter que aumentar as tarifas. Ninguém gosta disso. Mas também não adianta viver em um mundo de ilusão. Se o custo efetivamente está em outro patamar, a única forma de alcançar a sustentabilidade é termos o realismo tarifário", afirmou Rufino. "Faremos o que precisar ser feito para que a sustentabilidade econômico-financeira do setor seja preservada."
Empréstimo – A reformulação dos gastos da CDE faz parte da "solução estruturante" para o setor que foi pedida pelo Ministério da Fazenda para negociar um último empréstimo junto ao setor bancário para ajudar as distribuidoras a quitarem suas contas. O ministro de Minas e Energia confirmou que o governo negociará esse empréstimo, de 2,5 bilhões de reais, com os bancos.
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(Com agências Reuters e Estadão Conteúdo)