A Interpol (polícia internacional) divulgou nesta segunda-feira a primeira lista de sua história de fugitivos acusados de cometer crimes ambientais. O objetivo das autoridades é obter informações que possam levar ao paradeiro dos nove foragidos mais procurados pela Justiça internacional. Segundo Stefano Carvelli, chefe da unidade de investigação da Interpol, os crimes cometidos pelos suspeitos são apenas a ponta de um esquema que mobiliza entre 70 a 213 bilhões de dólares anuais.
Um relatório publicado pela Interpol no início deste ano apontou que muitos dos crimes ambientais possuem ligações com organizações terroristas, como o grupo somali Al Shabab. A agência salienta que os fugitivos são perigosos e não devem ser interpelados pessoalmente.
A lista de foragidos da Interpol é um dos frutos de uma investigação sobre 139 suspeitos procurados em 36 países. A Operação Infra-Terra, esforço de 23 investigadores, elevou o perfil da unidade de crimes ambientais da agência e poderá fornecer pistas sobre outras atividades ilícitas de jurisdição internacional, já que as rotas usadas para crimes ambientais, como o tráfico de marfim, também costumar servir para outros delitos, como o tráfico internacional de armas. Futuramente, a Interpol pretende criar subdivisões geográficas para monitorar com maior precisão os crimes contra a natureza.
Entre os criminosos procurados pela Interpol está o holandês Nicolaas Antonius Cornelis Maria Duindam, procurado pela Justiça brasileira por tráfico de espécies nativas do país. Também há crimes relacionados a pesca e desmatamento ilegal e tráfico de marfim.
Revista Veja