O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, conseguiu atrair o apoio da maioria das igrejas evangélicas e de entidades como a Convenção Geral das Assembleias de Deus e a Confederação Nacional dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab). No primeiro turno, evangélicos, em sua maior parte, se engajaram nas campanhas dos presidenciáveis Pastor Everaldo (PSC) e Marina Silva (PSB). Na eleição de 2010, temas como o aborto e o casamento gay foram explorados com muito mais intensidade na campanha. A candidataDilma Rousseff (PT) foi duramente criticada por, supostamente, apoiar essas propostas. Estavam contra ela as igrejas pentecostais e católicos considerados conservadores. Na reta final da campanha, no entanto, quatro líderes evangélicos deram apoio a Dilma.
Defenderam a petista em seus templos o bispo Edir Macedo, da Universal do Reino de Deus; o senador Magno Malta (PR-ES), da Igreja Batista; o pastor Manoel Ferreira, da Assembleia de Deus ramo Madureira; e o bispo Robson Rodovalho, da Igreja Sara Nossa Terra. Os quatro acreditam ter “feito a diferença” na votação final. "Não fosse esse apoio, dificilmente ela ganharia", diz o bispo Rodovalho. Do grupo dos evangélicos fieis a Dilma, agora, sobraram apenas a Universal e o ramo Madureira da Assembleia. Ainda assim com ressalvas. A Universal não declarou apoio oficialmente. O pastor Ferreira, suplente na chapa derrotada do petista Geraldo Magela ao Senado, no Distrito Federal, talvez não consiga levar todo o seu rebanho para a petista. Seguidores da sua igreja dizem que ele apoia Dilma, mas a maioria dos fieis não pretende seguir sua recomendação.
Bancada do apóstolo
Seguindo os passos da Universal do Reino de Deus, o apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, também montou sua bancada de deputados. A igreja levou para para a Câmara José Olímpio (PP-SP), Francisco Floriano (PR-RJ), Valdir Maranhão (PP-MA), Eduardo Afonso (PP-PE) e Iracema Portela (PP-PI). Também elegeu os deputados estaduais Rodrigo Moraes (PSC), em São Paulo; Ricardo Arruda (PSC), no Paraná; Marcio Santiago (PTB), em Minas Gerais; Missionário Volnei (PR), no Rio Grande do Sul; Milton Rangel (PSD), no Rio de Janeiro; e Cabo Campos (PP), no Maranhão. A Mundial apoiou o candidato à reeleição ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo e está com Pezão (PMDB), no Rio.
Fervor na campanha
A Igreja Mundial não declarou apoio oficialmente a Aécio Neves, mas é simpática à candidatura tucana. O apóstolo Valdemiro, no entanto, se engajou fervorosamente na campanha em favor de Pezão ao governo do Rio, a fim de combater Marcelo Crivella, que é bispo da Universal e sobrinho de seu desafeto Edir Macedo.
Aliada de Aécio deu emprego a Igor
O primeiro emprego público de Igor Rousseff, único irmão vivo da presidenta Dilma Rousseff, foi na gestão de uma aliada do PSDB em Minas. A então prefeita de Ouro Preto Marisa Maria Xavier Sans (PDT) o escolheu para ser secretário de Cultura, antes de ele ser chamado para trabalhar na Prefeitura de Belo Horizonte. Todos os cargos são anteriores à chegada da irmã famosa à Presidência. Depois de terminar o mandato, Marisa chegou a ser nomeada vice-presidente da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) pelo então governador Antonio Anastasia (PSDB).
Irmão de Dilma ganhou perfis falsos na rede
Antes praticamente anônimo, o irmão da presidente Dilma, Igor Rousseff, passou a ganhar um monte de perfis falsos nas redes sociais. A maioria deles criada especificamente para fazer ataques a ele e à petista. Na semana passada, Igor foi citado pelo candidato Aécio Neves (PSDB) por ter sido nomeado para cargos de confiança durante a gestão de Fernando Pimentel (PT), governador eleito de Minas, na época em que ele era prefeito de Belo Horizonte.
“Minha maior realização é ser do jeito que eu sou”
José Ivo Sartori, candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul
*Com Leonardo FuhrmannÚltimoSegundo