Corinthians publicou um manifesto pedindo para que seus torcedores não gritem ofensas homofóbicas contra adversários. A iniciativa partiu diante do receio de ser punido pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Neste domingo, a torcida do São Paulo mostrou que o problema é generalizado. Antes mesmo da bola rolar contra o Cruzeiro, ecoou nas arquibancadas do Morumbi um canto preconceituoso xingando corintianos.
Inspirada em "Brasil, decime que se siente", hit argentino durante a Copa do Mundo, a Independente, principal torcida organizada são-paulina, fez sua versão: "Gambá, me diz como se sente; por que você gosta de beijar? Ronaldo saiu com dois travecos; o Sheik selinho, ele foi dar. Vampeta posou pra G, Dinei desmunhecou, na fazenda de calcinha ele dançou. Não adianta argumentar, todo mundo já falou, que o gavião virou um beija-flor".
Os arquirrivais vão se enfrentar na semana que vem, na Arena Corinthians. Há por parte da diretoria alvinegra o temor de que gritos de "bicha" sejam proferidos contra Rogério Ceni (o que acontece sempre que goleiros rivais cobram tiros de meta) e o clube acabe denunciado pelo STJD. Recentemente, o Grêmio foi eliminado da Copa do Brasil por conta de ofensas racistas de sua torcida contra Aranha, do Santos.
Durante o Paulistão, o Corinthians foi julgado no TJD-SP (Tribunal de Justiça Desportivo de São Paulo) justamente por esses gritos direcionados a Ceni, mas acabou absolvido. Na ocasião, o presidente do órgão Marcelo Lima e Silva afirmou que não viu homofobia contra o goleiro são-paulino e apenas provocações motivadas por uma "euforia coletiva".