Produtores rurais de Mato Grosso pretendem iniciar a semeadura de soja em setembro, logo ao final do período de vazio sanitário. A maioria vai plantar as variedades precoces e semi-precoces para amenizar a pressão da ferrugem asiática usando menos fungicidas e, assim, diminuindo os riscos e os custos. Esta será a estratégia do produtor rural em Tapurah, Silvésio Oliveira. “Optamos por plantar a semi-precoce, que tem produtividade alta, e colheremos em janeiro”.
A janela ideal para o plantio do grão, entretanto, é outubro, lembra o diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Nery Ribas. “Em setembro é mais arriscado plantar, pois não temos o regime de chuvas adequado e o potencial produtivo não será aproveitado em sua totalidade”, alerta.
De acordo com a Somar Meteorologia, as chuvas em Mato Grosso estarão acima da média, mas ainda assim os acumulados variam de 40 a 80 milímetros. “As chuvas mais expressivas devem ocorrer na segunda quinzena do mês, mas serão irregulares e não ocorrem ao longo do mês”, explica o meteorologista Celso Oliveira. Segundo ele, o retorno da chuva ocorre de forma gradual a partir da segunda quinzena de outubro e só se regulariza em novembro.
Muitos produtores escolhem iniciar a safra de soja mais cedo de olho na janela ideal de plantio da segunda safra, com milho e algodão, especialmente. Os preços da soja no período da colheita das variedades precoces – dezembro, janeiro e fevereiro – tendem a ser mais remuneradores.
Prova de que os produtores rurais estão cautelosos aguardando um bom momento são os números de comercialização futura da safra 2014/15. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até julho apenas 8% de negócios tinham sido fechados, enquanto no mesmo período do ano anterior era 31%. Segundo o instituto, a expectativa do mercado é de preços baixos para a próxima safra, então as empresas não estão pagando valores remuneradores.