O governo boliviano e a oposição, que organizou uma resistência civil às reformas impulsionadas pelo presidente Evo Morales, analisam a possibilidade de abrir o diálogo para resolver a crise política que afeta o país andino.
O vice-presidente Alvaro García Linera confirmou neste sábado ter recebido uma solicitação oficial dos comitês cívicos, entre eles os de Santa Cruz (leste), Beni (nordeste) e Tarija (sul), que são abertamente contrários ao presidente socialista e que lideram a resistência civil, segundo os jornais locais.
“Recebemos uma solicitação de diálogo dos presidentes dos comitês cívicos à qual responderemos expondo todos os nossos argumentos”, afirmou o vice-presidente que substitui Morales, em viagem por Nigéria e Cuba.
García Linera ratificou que o governo está aberto a participar de qualquer cenário de debate e que poderia ser no domingo, na cidade de Cochabamba, centro do país.
O anúncio ocorreu após uma greve regional concentrada, Santa Cruz, Beni e Tarija, destinada a impedir que a situação domine a Assembléia Constituinte que delibera em Sucre (sul).
Os promotores da greve propõem que o governo aceite que a Constituinte aprove decisões por maioria de dois terços (170 de 255 votos) e não com maioria de metade mais um, como aprovado pelo governista Movimento ao Socialismo (MAS), que tem controle de 51% da assembléia.