Vivemos a era da informação, informação é poder. É cediço que a desinformação nos dias atuais é tão danosa quanto a informação deliberadamente deturpada e adulterada, com firme propósito de enganar os incautos.
No Brasil, desde os “áureos” períodos coloniais, os meios de comunicação de massas são valiosos instrumentos da burguesia dominadora, que se vale da chantagem emocional das novelas, dos programas policiais televisivos que lançam pobres contra pobres, e das pautas dos telejornais, para “fazer a cabeça” e dominar a mente das pessoas.
Misturam a defesa do interesse de seus negócios com as notícias que “permitem” que cheguem ao povo.
Citamos um único e singelo exemplo.
No processo de privatização das empresas de telefonia, ocorrida nos anos 90, a plataforma de telefones celulares veio “de graça” para os “compradores”. E cá pra nós: para funcionar a contento, uma rede de telefone celular basta possuir uma torre, não há posteamento, cabos, fibras óticas. Logo, o direito de explorar um serviço que veio “de canja” na privatização das teles, é imposto aos usuários com valores absurdos e escorchantes (ou você está contente com seu plano de minutos e entende ser justo o que paga?).
E por que a crítica não chega até o povo?
Porque as donas e controladoras das empresas telefônicas são grandes anunciantes da Rede Globo e da Revista Veja, possuem controle acionário dos grandes bancos como Itaú, Bradesco e Santander, de modo que seus interesses são blindados e protegidos.
Na verdade os grandes lucros aqui obtidos por tais “empreendedores” não são aplicados no Brasil, ao contrário, há uma contínua sangria de recurso nacionais destinados aos grandes conglomerados capitalistas ao redor do mundo (sediados nos EUA e União Europeia).
Isso é causa de parte da dívida externa que o Brasil possui.
E é por essa razão que o Nacionalismo é criticado pela grande imprensa, tratado como “démodé” por parte da sociedade e é tido como se fosse algo inaceitável em nossos dias, uma postura “fora da curva”. Não se trata de simples ataque ideológico, mas da mais pura e ferrenha defesa de interesses colonialistas a permitir a exploração e dominação de nosso povo.
Veja o caso de tratar o termo “bolivariano” como se fosse o sinônimo de algo ilícito. A palavra “bolivariano” vem sendo associada a ditadura, mas na verdade a origem é bem diversa do que querem seus ideólogos (e competentemente propagam pela grande imprensa).
O cidadão Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios Ponte-Andrade y Blanco nasceu na cidade de Caracas, Venezuela, em 24 de julho de 1783. Neste mês de julho receberá merecidas homenagens de toda a América Espanhola.
Ficou conhecido como Simón Bolívar.
Foi um militar e líder político venezuelano, e juntamente com José de San Martín, se caracterizou como peça chave nas guerras de independência da América Espanhola contra o jugo do Império Espanhol.
É considerado na América Latina como um herói, visionário, revolucionário e libertador. Liderou países como a Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela à independência, e ajudou a lançar as bases ideológicas democráticas na maioria da América Hispânica. Livros o tratam como o "George Washington da América do Sul".
Aos 23 anos de idade Simón Bolívar tomou conhecimento dos primeiros movimentos em favor da independência da Venezuela, e decidiu se engajar na luta, justo quando Napoleão Bonaparte tornou seu irmão José Bonaparte, rei de Espanha e das suas colónias, em 1808.
Em sua homenagem, a Venezuela atual se denomina “República Bolivariana da Venezuela”. É como se a África do Sul se chamasse “República Mandelista” (justa homenagem a Nelson Mandela), o Brasil fosse a “República Tiradentiana” (tributo a Joaquim José da Silva Xavier) ou “República Zumbipalmariana” (reconhecimento de desculpas devidas a Zumbi dos Palmares), a Albânia se denominasse “República Madreteresianadecalcutá” (Sim, Madre Teresa de Calcutá era cidadã albanesa).
Portanto, toda a vez que ouvir o termo “bolivariano” saiba que está se falando de um ser iluminado que atuou em defesa dos países pobres contra a opressão das nações ricas, promoveu enfrentamentos e ataques aos espoliadores, exploradores e detentores do capital que rapinam os nossos irmãos mais pobres.
Ser bolivariano é motivo de orgulho, de se comparar a quem deu a vida para a defesa de seu país, de seu território e de seu povo.
Somos latino americanos e bolivarianos.
*Antonio Cavalcante e Vilson Nery são ativistas do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral) em Mato Grosso.