sexta-feira, 22/11/2024
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Candidatos nos Estados tiveram crescimento patrimonial de até 1.100% em 4 anos

Análise da declaração de patrimônio dos 164 candidatos ao governo do Estado em todo o Brasil, além dos onze que disputam a Presidência da República, revela que alguns dos postulantes a esses cargos chegaram a ter crescimento patrimonial de 1.100% em um período de quatro anos.

Levantamento do iG aponta que os candidatos ao governo de Pernambuco, Armando Monteiro (PTB); de Rondônia, Padre Ton (PT); de Tocantins, Sandoval Cardoso (PRB); do Amapá, Jorge Amanjás (PPS) e do Ceará, Eliane Novaes (PSB), foram aqueles com o maior crescimento proporcional em seus patrimônios nos últimos quatro anos. O candidato ao governo do Ceará, Eunício Oliveira (PMDB), teve o maior crescimento líquido registrado nas suas declarações de bens.

Entre os candidatos à Presidência, a maior crescimento patrimonial foi do senador Aécio Neves (PSDB), que multiplicou por três sua riqueza, passando de R$ 617 mil em 2010 para R$ 2,4 milhões em 2014. No caso de Aécio Neves, conforme informações da assessoria de imprensa do tucano, o crescimento expressivo deu-se em função da venda de bens recebidos como herança e do rendimento do candidato durante os quatro anos no Senado. A presidente Dilma Rousseff (PT) teve uma evolução patrimonial de 60%, patamar semelhante à de José Maria Eymael (PSDC). Eduardo Campos (PSB) teve crescimento de patrimônio de 5% nos últimos cinco anos.

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Conforme sua declaração de bens, Armando Monteiro, candidato ao governo de Pernambuco, por exemplo, afirma ter R$ 14,9 milhões em bens. Em 2010, ele declarou ter R$ 1,2 milhões em bens, quando se candidatou ao Senado Federal. Em quatro anos de mandato como Senador, monteiro multiplicou por doze o seu patrimônio. Pela declaração de bens apresentada por ele à Justiça Eleitoral, foram determinantes para esse crescimento de patrimônio a obtenção de dois títulos de renda fixa no valor de R$ 5 milhões cada um. Segundo a assessoria de imprensa de Monteiro, “a evolução neste período deveu-se a uma doação, devidamente declarada, recebida de seu pai, Armando Monteiro Filho”.

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O Padre Ton também teve um crescimento expressivo em seu patrimônio: em seu primeiro mandato como deputado federal, ele multiplicou por dez seus bens. Pela primeira vez em uma disputa ao governo do Estado, o deputado federal petista aumentou seu patrimônio de R$ 24 mil para R$ 246 mil. Na primeira declaração de bens, havia apenas um carro popular e um saldo de R$ 4,3 mil em sua conta bancária. Agora, quatro anos depois, ele incluiu em seus bens um segundo automóvel popular, uma caminhonete no valor de R$ 128 mil e duas contas bancárias, a primeira com R$ 31 mil e outra com R$ 40 mil.

O parlamentar afirmou ao iG que conseguiu comprar esses bens basicamente com os rendimentos de um deputado federal. “Eu sou padre e como não tenho mulher, nem filhos, nem jumento para alimentar, posso juntar um dinheiro maior”, afirmou. Sobre a caminhonete, ele disse que adquiriu o veículo a prestação e que terminará de pagá-lo até o final do ano.

Sandoval Cardoso, Jorge Amanjás e a socialista Eliane Moraes conseguiram nos últimos quatro anos multiplicar por cinco suas posses. O atual governador do Tocantins conseguiu no período aumentar seu patrimônio de R$ 2,4 milhões para R$ 14,7 milhões. Já Amanjás teve uma evolução patrimonial de R$ 600 mil em 2010 para R$ 3,5 milhões. E Moraes saltou de um patrimônio de R$ 200 mil para R$ 1 milhão. Estes candidatos não foram encontrados pelo iG para comentar suas respectivas evoluções patrimoniais.

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Em termos brutos, no entanto, o candidato que conseguiu o maior crescimento em sua riqueza é Eunício Oliveira (PMDB). Em 2010, o senador disse que tinha R$ 36 milhões em bens e agora possui R$ 99 milhões. Uma evolução de R$ 63 milhões. Já Armando Monteiro, com uma evolução de R$ 13,7 milhões, foi o segundo em crescimento bruto de riqueza. Oliveira informou que essa evolução é fruto dos investimentos de suas empresas e de crescimento de lucros de suas companhias.

Do outro lado, as declarações de bens apontaram que pelo menos 26 políticos tiveram uma redução de riqueza nos últimos quatro anos. O maior exemplo está nem Waldez Góes, candidato ao governo do Amapá pelo PDT. Em 2010, ele declarou ter bens na casa dos R$ 157 mil: uma casa, duas contas bancárias e dois títulos de renda fixa. Na sua atual declaração de bens, Góis disse que manteve apenas sua residência de 108 metros quadrados. Ao todo, o iG conseguiu chegar a análise de bens de 102 candidatos a governador. Destes 74 tiveram evolução patrimonial e dois declararam ter bens semelhantes à quatro anos atrás. Em média, os candidatos ao governo estadual ficaram 95% mais ricos nos últimos quatro anos.

IG

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Parmenas Alt
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