O senador Pedro Taques(PDT) já começou a sentir na pele o que é uma campanha eleitoral. No seu primeiro grande 'teste de popularidade' – arquitetado por marqueteiros e utilizando-se da estrutura da FIEMT, que é comandada pelos sócios do prefeito Mauro Mendes – Taques, que será candidato ao governo do estado este ano, recebeu em seu próprio reduto eleitoral uma das maiores, senão a maior vaia da recente história da política mato-grossense.
A estrondosa vaia pôde ser ouvida a grande distância do local do evento (Sesi Papa), e deixou o senador totalmente desconfortável, tendo que resumir o discurso a um breve cumprimento. O episódio não reflete o que tem sido demonstrado nas pesquisas de opinião, que o apontam na liderança da corrida sucessória.
Soma-se a isso o fato de que, embora apareça em primeiro lugar apenas por ser o único conhecido por 80% da população, por estar a 3 anos em pré-campanha, seu índice de rejeição também é bastante signficativo, ficando em torno de 15 por cento do eleitorado. De acordo com a última pesquisa Vox Populli, 13% das pessoas que conhecem Pedro Taques, não votaria nele de jeito nenhum.
A mega vaia aconteceu no sábado à noite, no show pelo Dia do Trabalhador, promovido pelo Sistema Fiemt, no Sesi Papa, em Cuiabá, que teve a dupla Zezé di Camargo e Luciano como atração principal. A Polícia Militar não divulgou ainda a estimativa sobre o número de pessoas presentes, mas estima-se um público aproximado de 15 mil pessoas, que provocaram uma das mais retumbante manifestação de rejeição a um político local.
O fato ocorreu numa clara tentativa de direcionar politicamente o evento para tentar beneficiar o senador pedetista. O uso do sistema Fiemt através de seu presidente, Jandir Milan, que convidou-o para o palco onde estavam também outros políticos, foi reflexo de um sentimento de rejeição. Ao ser anunciado o nome de Pedro Taques para discursar, o público começou a vaiá-lo estrondosamente. Para evitar um constrangimento maior, o próprio pré-candidato se limitou a fazer um cumprimento, assim como o presidente do Sistema Fiemt, que desistiu dos discursos.
A vaia durou vários minutos e deixou o clima bem pesado entre os que estavam no palco.
Quem estava por lá lembrou-se de um episódio semelhante, acontecido na campanha de 1998 onde os então candidatos pelo PSDB, Dante de Oliveira, ao governo, e Antero Paes de Barros, ao Senado, foram demoradamente vaiados e impedidos de discursar durante um evento realizado na UNIC, em Cuiabá. Tido até então como a maior vaia da história, lá havia pouco mais de 5 mil estudantes. Na mega vaia do Taques, haviam em torno de 15 mil. E já entrou para os anais da história!