A Bolívia amanhecerá amanhã dividida entre os que aderirão à greve de 24 horas convocada para exigir que o presidente Evo Morales respeite a lei que rege a Assembléia Constituinte, e os que anunciaram que não se juntarão ao ato.
A maior parte do protesto se concentrará nos departamentos de Beni, Pando e Santa Cruz.
O Comitê Cívico de Santa Cruz anunciou hoje a adesão à greve da Prefeitura e dos empresários e camponeses da região.
A convocação da greve foi assinada na segunda-feira, na cidade de Cochabamba, por líderes cívicos de Santa Cruz, La Paz, Beni, Tarija, Pando, Oruro, Chuquisaca e Cochabamba, departamentos que juntos representam cerca de 90% do território e da população da Bolívia, e conta com o apoio de cinco governadores eleitos.
O objetivo é reivindicar que a nova Constituição boliviana, em todas as suas fases, seja aprovada por dois terços da Assembléia, como manda a lei vigente, e não por maioria simples, como pretende Morales.
O vice-presidente Álvaro García Linera tentou ontem à noite neutralizar a greve, em reunião que manteve com líderes cívicos de La Paz, Oruro, Potosí, Chuquisaca e Cochabamba. O encontro, no entanto, não surtiu o efeito desejado por Linera.
A reunião contou com a presença de dirigentes de Santa Cruz, Tarija, Pando e Beni, que integram a chamada “Media Luna”, e vão além em suas reivindicações, ao pedir também que a Assembléia reconheça o regime autônomo que pretendem implementar.