O Brasil poderá dar aval a uma dívida da Argentina referente a bônus que deixaram de ser pagos em 2005 a fundos de investimentos dos Estados Unidos. Em troca, a Argentina acabaria com alguns entraves no comércio bilateral retirando barreiras para as exportações brasileiras, principalmente em relação ao setor automotivo. A informação foi publicada no Correio Braziliense nesta sábado (15) afirmando que o acordo teria sido firmado pelo ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior, Mauro Borges, e pelo assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.
A matéria, assinada pelo repórter Rosana Hessel, o aval do governo brasileiro deverá ser protocolado junto à Corte de Nova York, onde está tramitando o processo. A presidente Dilma Rousseff, segundo a notícia, estava indecisa em dar a garantia pelo fato do Banco Central ser contra a medida, mas o Ministério da Fazenda, principalmente o secretário do Tesouro, Arno Augustin, é totalmente a favor. A Argentina, segundo o jornal, deve US$ 2 bilhões aos fundos de investimentos e cerca de US$ 4 bilhões ao Clube de Paris.
A decisão brasileira, caso se concretize, poderá pesar sobre a nota de classificação de risco do país pelas agências internacionais. Desde 2005, segundo a matéria, a Argentina não tem crédito do sistema financeiro internacional e até mesmo do Fundo Monetário Internacional (FMI). Caso o país queira levantar recursos com os organismos bilaterais terá que passar por um forte ajuste fiscal. De acordo com analistas, as reservas argentinas poderão cair para cerca de US$ 16 bilhões, o que mal daria para pagar sua dívida interna. Atualmente as reservas estão em US$ 28 bilhões.
A operação pode ser vista com lupa pela equipe da Standard and Poor’s que está no Brasil analisando as contas do governo para definir a classificação de risco do país. A agência foi a primeira a mudar a perspectiva da nota brasileira passando de estável para negativa em junho deste ano.
Jornal do Brasil