A ponte liga a aldeia de Al-Mughraka ao centro do território.
As forças de segurança palestinas afirmaram que os tanques israelenses estavam em movimento perto do vilarejo israelense de Nahal Oz, uma área importante fora de Gaza, mas ainda não entraram no território.
No bairro de Shajaiyeh, na Cidade de Gaza, não muito longe da cerca fronteiriça, militantes armados tomaram posições diante dos barulhentos veículos israelenses, e helicópteros de ataque israelenses se movimentavam no ar. Os militantes alertaram aos moradores para que deixassem a área.
Autoridades militares israelenses afirmaram que uma operação limitada foi autorizada no sul de Gaza, voltada para a “infra-estrutura terrorista”. As autoridades falaram em condição de anonimato.
Israel tem reunido tropas e exército em torno de Gaza desde domingo, quando militantes palestinos cavaram um túnel sob a fronteira e atacaram um posto do Exército israelense em um cruzamento de Gaza, matando dois soldados e seqüestrando um terceiro.
Palestinos dão informações
O porta-voz dos Comitês de Resistência Popular (CRP), grupo violento ligado ao Hamas, Mohammed Abdel Al, deu hoje as primeiras notícias sobre o paradeiro de Gilad Shalit, o soldado israelense capturado por militantes palestinos no domingo. Segundo Abdel Al, Shalit está “em um local seguro”.
O militante declarou também que seu grupo capturou civis judeus na Cisjordânia. O Comitê foi um dos três grupos que participaram da ação na fronteira de Gaza, no domingo, que resultou na morte de dois soldados israelenses e na captura de Shalit. “O soldado está em um lugar seguro, onde os sionistas não podem chegar”, disse Abdel Al.
Uma rádio em Israel anunciou que um grupo de judeus pegou uma carona na noite de ontem e não retornou para casa. “Nós estamos procurando relatos de pessoas desaparecidas”, disse o porta-voz da polícia Micky Rosenfeld.
Abdel Al disse que a liberação de mais informações depende de Israel. “Os sionistas estão procurando qualquer informação. Nós os lembramos de que nada é de graça”, disse. Os seqüestradores não divulgaram nenhuma foto do soldado. Oficiais israelenses acreditam que ele esteja com feridas leves no estômago e escondido no sul de Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, rejeitou o pedido dos militantes de libertação de todas as mulheres e jovens palestinos com menos de 18 anos detidos em prisões israelense. Segundo Olmert, uma “ampla” ofensiva militar está em andamento na fronteira com a Faixa de Gaza.
Negociações
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, está negociando com mediadores egípcios para controlar a crise. Oficiais egípcios disseram que pediram ao Hamas que solte o soldado e disponibilizaram 2,5 mil soldados na fronteira com Gaza para prevenir um refluxo de palestinos caso Israel invada a região. O governo egípcio também declarou um toque de recolher noturno para os residentes na região da fronteira.
A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, pediu a Israel que dê “uma chance à diplomacia” e evite usar a força para obter a libertação do soldado. Enquanto isso, os grupos rivais Hamas e Fatah concordaram com um plano que reconhece implicitamente Israel depois de semanas de negociações.