O ex-coordenador de campanha do candidato ao governo de São Paulo Aloisio Mercadante, Hamilton Lacerda, disse hoje em depoimento a CPI dos Sanguessugas que não teve nenhuma participação em negociação financeira no caso dossiê. Apesar das imagens do hotel Íbis, em São Paulo, mostrarem que, no dia da prisão de Gedimar Passos e Valdebram Padilha, Hamilton entrou com duas malas e saiu sem as mesmas, ele nega que tenha levado o dinheiro que seria usado para a compra do dossiê.
Hamilton disse que esteve duas vezes com Gedimar no Íbis. A primeira com uma valise contendo boletos de doação para a campanha petista. Na segunda vez ele teria entrado com duas malas, uma com roupas e a outra com um notebook. A sua versão contradiz a de Gedimar que em momento algum disse que teria recebido boletos de campanha. “Não transportei, não manipulei e não levei nenhum numerário ao Gedimar”, disse Lacerda. As malas, diz ele, foram entregues para Gedimar.
Hamilton Lacerda diz tambám que foi contratado pelo ex-diretor de risco e mídia da campanha de Lula, Jorge Lorenzetti, para ajudar na divulgação de um material que até então ele não sabia do conteúdo. “De toda a minha participação, o que mais ficou para mim era achar um veículo de comunicação nacional para uma entrevista”, disse ele.
Lacerda negou ainda as informações de um laudo da PF que mostra que ele teria usado um celular de uma pessoa conhecida como Ana Paula. Após quebrar diversos sígilos telefônicos, a PF concluiu que o telefone dele e de Ana Paula estavam sempre próximos e que o dela teria sido usado para fazer ligações para vários petistas, manos para ele. “Quero reafirmar que não conheço Ana Paula, não conheço esta história e não usei nenhum telefone de segurança”.
