No ultimo dia 20 p.p. quando se comemorou mais um dia da consciência negra, entre muitas manifestações de protestos e reivindicações, homenagens, palestras, concursos e cultos que se realizaram em centenas de municípios brasileiros de vários estados, todos voltados para relembrar os fatos e a participação da raça negra na construção das estruturas sociais e econômicas da sociedade brasileira, e quais as contra partidas desta participação, arrancada a ferro e fogo dos milhões de negros escravizados deste os primórdios da colonização do Brasil até 1888 – vésperas da Proclamação da Republica, ocorrida em 1889.
Na verdade a libertação dos escravos negros no Brasil, um dos últimos paises, do mundo a libertá-los. Não foi bem uma “Libertação” uma vez que milhares de negros foram “atirados” nas ruas das vilas, nas estradas das fazendas, e nas matas, sem nenhuma compensação pelas décadas de trabalho escravo em condições subumanas, se como escravos eles tinham uma roupa rústica, uma senzala onde dormir protegido da chuva e outros perigos, além de comida que embora grosseira, alimentava, como “libertos” eles perderam tudo, ficando numa situação tão miserável, que muitos preferiram continuar nas fazendas como escravos! Outros para sobreviver cometiam furtos nas plantações de milho, cana, frutas, e acabaram presos como ladrões sofrendo todo tipo de humilhações, e injustiças.
E assim teve inicio a era dos negros livres no Brasil ainda império, contudo é preciso não esquecer que mesmo como escravos, os negros eram discriminados pelos próprios de sua raça, uma vez, que existiam milhares de negros que gozavam de privilégios, e regalias, que os outros não tinham. Como as mucamas, algumas que se tornaram “amantes” secretas dos “senhores” e tinham tudo que queriam, outros que eram “empregados” na casa grande, como domésticos e ainda, os capitães do mato,e até feitores negros que se rivalizavam em crueldade com os próprios brancos. Havia ainda os escravos, que conseguiam comprar sua Alforria e se tornavam de outra classe social, diferente de seus irmãos. E desta forma muitos negros,s e tornaram artesões, e conseguiram uma posição social, onde já não eram tratados, como escravos,e sim como cidadões, muitos se formaram e ficaram famosos por suas participações na sociedade dos brancos, e é ai que começa a diferença que persiste até nossos dias. Estabelecendo um limite ou um abismo social entre a própria raça negra, o que pode ser observado nos dias de hoje, quando artistas, cantores, atletas, negros se projetam na sociedade dos brancos, e começam a discriminar seus próprios irmãos de raça, raramente um artista, um cantor, um atleta, famoso e milionários se casa com uma mulher negra, dando preferência, para as mulheres famosas brancas e louras, por que? Outro detalhe importante e notar que quando um negro se projeta na sociedade como autoridade, advogados, juizes, professores, engenheiros, etc., e atingem um nível sócio econômico médio alto, ninguém os discrimina, o racismo para eles não existe, e são tratados com respeito por todos. Brancos, negros, vermelhos amarelos, o que nos leva a crer que a discriminação, esta mais para social, do que para racial. Desta forma, onde um negro rico e importante ou famoso entra e é bem recebido, um branco pobre, miserável não passa nem pela porta. E é assim que são tratados brancos e negros, pobres, e sem nenhuma projeção social.
No cabo de uma enxada, ou no trabalho braçal bruto não existe nenhuma diferença de tratamento entre brancos e negros, mesmo entre os marginais, manda o mais forte , o mais corajoso, ou mais experto e inteligente, não importa se é branco ou negro, ou será que e diferente?
Se uma limusine parar na porta de um hotel de luxo dela descer um motorista branco, que solicito abre a porta traseira, de onde sai, um negro bem vestido imediatamente, os porteiros brancos e fardados, correm para receber, o hospede que chega, sem seguer olhar sua cor ao passo que se um branco mulambento, mal vestido, descer de um táxi na porta do mesmo hotel, ele não chega nem na portaria e se insistir vai preso.
Diante disto tudo minha gente, podem estar certos que quem vê dinheiro, não vê cor. Ainda mais se com o branco ou negro, se misturar umas Verdinhas.
(Por: Geraldo Mangoni)