Presos pela Polícia Civil na operação 'Natureza', servidores da Secretaria estadual de Meio Ambiente (Sema) desviaram cerca de R$ 200 mil em combustível para embarcações para fiscalização de pesca no estado durante o período proibitivo da Piracema. Ao todo, mais de 70 mil litros teriam sido desviados pela quadrilha de fraudes ao sistema de fiscalização da Sema.
O esquema de fraudes dentro do sistema de fiscalização de pesca da Sema vinha sendo investigado ao longo de seis meses.
A Polícia apurou que os fraudadores faziam retiradas de combustível da Sema com o alegado propósito de abastecer embarcações que estavam em desuso. Eles se utilizavam de cartões de abastecimento de sucatas ainda com prazo de validade correndo e enchiam galões.
Os litros de combutível, em seguida, eram repassados em benefício dos fraudadores, os quais também praticavam outros tipos de crimes – como exigência de propina para não autuar produtores rurais fiscalizados e comércio de pesca ilegal, com utilização de atravessadores para realizar a logística do pescado obtido durante a Piracema.
O alto costumo de combustível chamou a atenção da cúpula da secretaria, que denunciou o caso junto ao Ministério Público.
“Pessoas que tinham por função proteger o patrimônio natural atentavam contra esse patrimônio”, resumiu a delegada Maria Alice Amorim, da Delegacia do Meio Ambiente. Ao todo, dez pessoas foram presas pela polícia durante a operação, sendo quatro servidores, e os demais cinco são considerados foragidos. Eles podem responder por corrupção passiva, peculato, formação de quadrilha e pesca ilegal.
Para evitar que novos esquemas se formem dentro da Sema, o titular da pasta, José Lacerda, informou que os servidores já foram demitidos e que um novo sistema de auditoria está sendo adotado em todos os setores, contando com informações obtidas pela Ouvidoria da Sema e o controle da Corregedoria. Além disso, as viagens dos fiscais estão sendo monitoradas.
g1-mt
