O Rio de Janeiro hoje é o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil dentre os 27 estados da federação. Diante desse fato, a queda da popularidade do governador Sérgio Cabral, apontada pela pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope, que deverá ser divulgada esta semana, é a razão fundamental e única para que se possa justificar a queda tão acentuada da presidente Dilma Rousseff nas últimas pesquisas.
Agora, mais do que nunca, fica esclarecida a queda de Dilma. A pesquisa da CNI, em que Cabral aparece com apenas 8% de aprovação da população do estado, que consideram seu governo bom e ótimo, justifica o desmonte da popularidade da presidente por estar vinculada ao governo do Rio. Os analistas andavam intrigados com declínio tão acentuado que a presidente sofreu nos últimos meses e hoje tudo se esclarece.
Os assessores políticos do PT estão preocupados e temem o que poderá acontecer durante a Copa de 2014, em função das manifestações que deverão continuar ocorrendo, onde o Maracanã é a base fundamental da campanha, como suposto símbolo da corrupção, cujo orçamento inicial, que era de R$ 300 milhões, chegou ao final da reforma a mais de R$ 1,2 bilhão. Os preços exorbitantes dos ingressos, que os pobres não poderão comprar – acabaram com a Geral – poderão colaborar com estragos ainda maiores à candidatura de Dilma.
Essas manifestações que continuarão abordando denúncias de corrupção, de concorrências fraudulentas, de uso indevido de helicópteros, das facilidades às empreiteiras amigas, entre outros escândalos, e principalmente a reforma do próprio estádio, podem refletir na campanha da presidente. O Maracanã, que foi a única diversão por mais de 60 anos das classes C e D, que mesmo sofridas, tinham seus fins de semana alegrados com os jogos, poderá vir a se tornar um símbolo do mau uso do dinheiro público.
As Copas do Mundo, que sempre enfeitaram todo o país, com bandeiras, fogos e ruas decoradas, terão que se repetir, mas como única alternativa aos torcedores, pois no Maracanã o povo não terá como pagar e ainda ficará isolado, com olhar lúgubre, em razão da segurança pública, como aconteceu na Copa das Confederações . Mesa farta de festa de patrão que empregado não entra. Dilma e os políticos tem uma opção triste: se o Brasil for campeão, o que permitirá mais de quatro jogos da seleção, em que o povo estará distante das partidas, a raiva certamente vai aumentar. Se o Brasil não for campeão, o dano poderá ser menor, jogaremos menos e não chegaremos ao Maracanã, mas o povo continuará com raiva dos gastos sem resultado. Pobre torcedor brasileiro.
JB