O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse hoje (3) que não é criminoso para ser obrigado a alterar o plano de voo presidencial por suspeitas de autoridades europeias sobre o avião em que estava. Morales negou “qualquer conduta irregular” da aeronave presidencial, que vinha da Rússia e foi desviada para a Áustria, devido a suspeitas dos governos da França e de Portugal de que o ex-agentenorte-americano Edward Snowden estava a bordo. "Não sou um criminoso", disse ele.
Em decorrência da mudança do plano de voo, Morales foi obrigado a permanecer em Viena, capital austríaca. De acordo com autoridades bolivianas, houve ordens de proibição à aeronave de Morales por parte da França, da Itália e de Portugal.
Morales contou que o embaixador espanhol em Viena, Alberto Carnero, esteve no aeroporto e pediu que ele tomasse o café da manhã dentro do avião. “Para ver o avião e, no fundo,querer controlá-lo. Não sou nenhum criminoso para que me controlem o avião", ressaltou o presidente, que no aeroporto, em Viena, reuniu-se com o presidente da Áustria, HeinzFischer.
Na capital austríaca, o avião não foi revistado, segundo o porta-voz do governo, por não haver razão legal para a ação. Morales regressava de Moscou (Rússia) para La Paz, na Bolívia. Ele participou de uma reunião dos países produtores de gás natural. A Bolívia é um dos 21 países aos quais Snowden pediu asilo político.
Edward Snowden é acusado de espionagem pelos Estados Unidos e está na Rússia esperando a concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. Há, ainda, informações de que comunicações da União Europeia também foram monitoradas. O norte-americano pediu asilo também ao Brasil.
Jornal do Brasil