As instituições federais vinculadas ao Sindicato Nacional dosDocentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) farão uma paralisação nesta quarta-feira para pressionar o governo sobre a necessidade de melhorias nas condições de trabalho. Pelo menos cinco universidades federais confirmaram paralisação de todas as atividades. Segundo o Andes, outras instituições agendaram protestos, mas devem manter o calendário de aulas.
A mobilização da categoria acontece um ano após greve por melhorias no ensino federal que durou 124 dias. Segundo o sindicato, entre as reivindicações da categoria estão a reestruturação no plano de carreira e melhorias nas condições de trabalho – como infraestrutura das unidades e realização de concurso público para professores e técnicos-administrativos.
Confirmaram adesão à paralisação as universidades Federal Rural do Amazonas (UFRA), Federal da Paraíba (UFPB), Federal do Piauí (UFPI), Federal Fluminense (UFF) e Federal de Campina Grande (UFCG). Além das universidades, institutos federais também devem aderir à mobilização.
No Rio de Janeiro, as seções sindicais do Andes agendaram um ato unificado na Praça XV, na região central da capital, com panfletagem, atividades culturais e orientações sobre o orientações à população sobre a pauta da Jornada de Lutas. Os educadores ainda prometem fazer um ato em defesa dos Hospitais Universitários e contra a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Reunião com o MEC
Na última sexta-feira, a presidente do Andes, Marinalva Oliveira, participou de uma reunião com o titular da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC), Paulo Speller, sobre a pauta de reivindicação da categoria. Uma das pautas abordadas foi a precarização da infraestrutura das universidades.
"Em muitas universidades do Brasil temos obras inacabadas e obras que ainda nem foram iniciadas. Faltam salas de aula, salas de professores, laboratórios, a situação é muito grave e precisamos ter uma resposta", disse Marinalva durante a reunião. O secretário garantiu que o MEC está trabalhando em parceria com os reitores para garantir a resolução de todos os problemas de infraestrutura das unidades.
“Todos os reitores foram chamados aqui, para fazer esse balanço, para ter um relato de todas as universidades, de como estavam as obras, de como estavam as condições de trabalho nas universidades. A partir daí, houve uma pactuação no sentido de o MEC com os reitores chegaram a um entendimento do que deveria ser priorizado, e o que deveria ser feito. O ministro me colocou uma tarefa, como secretário, de dar uma atenção especial à problemática das condições de trabalho nas universidades”, afirmou Spelle. Por enquanto, a categoria descarta uma nova greve este ano.
JB