Apesar do anúncio feito pelo governo de redução da conta de luz para as famílias, comércio e indústria, a inflação subiu no primeiro trimestre deste ano, segundo estimativas do Banco Central (BC) divulgadas nesta quinta-feira. Para a autoridade econômica, o efeito da redução nas tarifas de energia no índice oficial de inflação (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) não foi suficiente para absorver o impacto da alta de outros preços, como os derivados do petróleo, alimentação, educação e transportes.
Segundo o BC, os preços dos alimentos subiram 4,84% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano. No mesmo período, os gastos do consumidor com educação, leitura e lazer subiram 4,98% por conta da época do ano, em que acontecem as compras de materiais escolares para o início do ano letivo nas escolas. O reajuste no preço da gasolina e do diesel anunciado pela Petrobras também foi decisivo para o aumento da inflação. Nesse cenário, o BC considera que houve uma alta geral em todos os itens pesquisados pela autoridade monetária.
Outro item que tem pesado no bolso do consumidor são os serviços. O aumento da demanda – mais gente com poder de consumo – provoca alta nos preços. O consumo das famílias avançou 1,2% no quarto trimestre de 2012 e 3,9% em relação ao mesmo trimestre de 2011. O consumo do governo também aumentou 0,8% . Além disso, o governo registrou aumento nos investimentos pela primeira vez no trimestre encerrado em fevereiro, com alta de 0,5% em relação aos três meses anteriores.
Com o aumento da demanda das famílias, provocado pela alta da massa salarial e queda nos índices de desemprego, a inflação do setor de serviços vem se mantendo em nível superior à dos demais preços, e atingiu alta de 8,66% nos 12 meses até fevereiro.
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