sexta-feira, 22/11/2024
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Jornal faz análise sobre momento econômico do Brasil: O gigante egoísta

 

O Brasil, maior país da América do Sul, pode se tornar uma super estrela econômica global no futuro, mas vai ter que parar de ser um gigante voltado para dentro, alerta artigo do jornal Miami Herald, assinado por Andres Oppenheimer e publicado no último sábado (23).

De acordo com o texto, apesar do anúncio da presidente Dilma Rousseff na semana passada de que o Brasil terá uma safra recorde de grãos neste ano, as descobertas de petróleo do país, e a oportunidade única que o Brasil vai ganhar com a realização da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, recentes tendências de comércio não sinalizam nada de bom para o país.

Miami Herald destaca que o Banco Mundial publicou um relatório na semana passada Intitulado “O Penhasco da Competitividade Brasileira” que mostra que as exportaçõesbrasileiras de alto valor industrial de bens não estão indo bem. Ele diz que o Brasil está enfrentando "Desafios competitivos consideráveis.” Tradução: o país está ficando para trás de outras potências emergentes.

De acordo com o jornal, o relatório, escrito pelos economistas do Banco Mundial Otaviano Canuto, Matheus Cavallari e José Guilherme Reis, diz que as exportações totais do Brasil mais do que dobraram nos últimos anos, em grande parte graças a um acentuado aumento nos preços mundiais de commodities. Mas isso é muito abaixo do desempenho das exportações de outros grandes países emergentes, diz.

O texto segue destacando o documento do Banco Mundial: o pior é que, enquanto o Brasil é de longe o líder da América Latina em exportações de alta tecnologia – os aviões da Embraer, por exemplo, estão entre as aeronaves mais bem vendidas do mundo, "há uma clara redução na parcela de alta tecnologia nas exportações nos últimos anos, "diz o relatório do Banco Mundial.

A participação das exportações de alta tecnologia caiu de 10,4 por cento do total das exportações do Brasil em 2000, para 5 por cento em 2010. Por outro lado, a participação do Brasil nas exportações de commodities – principalmente nas vendas de soja para a China aumentou de 46 por cento para 63 por cento no mesmo período, diz o relatório.

Em outras palavras, o Brasil tornou-se muito dependente de exportações de alimentos, e também dependente da China, destaca o Miami Herald.

Durante a última década, as exportações de alta tecnologia do Brasil cresceram um modesto 36 por cento, em comparação com alta tecnologia de exportações de China e Índia, que aumentaram em 873 por cento e 389 por cento respectivamente, diz o relatório.

Entre as razões por trás do inexpressivo desempenho exportador do Brasil está a moeda sobrevalorizada do país, o que torna os custos trabalhistas mais caros, baixa produtividade, custos logísticos elevados, e uma burocracia governamental enlouquecedora que aumenta os custos de fazer negócios, diz o relatório.

"O governo brasileiro está muito consciente destas questões, e está se movendo para corrigi-los", disse Canuto, principal autor do relatório, em uma entrevista por telefone.

"Mas é preciso agir rápido, porque os fatores de crescimento que funcionaram bem para o país nos últimos anos têm se esgotado. “Os preços mundiais das commodities não vão continuar crescendo como eles têm nos últimos 10 anos “, acrescentou.

De acordo com o jornal, outros economistas vêem uma imagem mais clara, destacando que o crescimento econômico do Brasil deve se recuperar de um anêmico 1 por cento no ano passado para 3,5 por cento este ano, e que o governo de Dilma Rousseff planeja novos leilões de infra-estrutura para o setor privado que indica uma mudança de políticas estadistas.

Além disso, segundo o jornal, diferentemente da maioria de seus vizinhos, o Brasil está tomando medidas sérias para combater a corrupção e melhorar os padrões de educação. Rousseff lançou recentemente um plano brasileiro para enviar 100.000 graduados universitários para obter principalmente graduação em ciências e engenharia em universidades norte-americanas e europeias.

Minha opinião: Eu sou um grande fã de campanha contra a corrupção de Dilma Rousseff, e de seus movimentos de internacionalização do sistema de ensino superior do Brasil, bem como de seus programas sociais para os pobres, diz o autor do texto.

Em quase todos os aspectos – exceto a sua política externa, que permanece muito amigável com algumas das piores ditaduras do mundo – O Brasil deve ser um modelo para os seus vizinhos.

Mas o Brasil deve inserir-se mais rapidamente na economia global. Numa época em que o mundo parece estar se movendo para livre comércio entre mega-blocos, como a Parceria Transatlântica anunciada em 12 fevereiro pelo presidente Barack Obama, que criaria um bloco de livre comércio EUA – União Europeia, o Brasil não pode deixar de ter livre acordos comerciais com os Estados Unidos, a União Europeia, ou virtualmente qualquer outro bloco comercial livre fora do seu bairro.

O artigo conclui afirmando que o Brasil não pode continuar dependendo de seu consumo interno, nem sobre os preços sempre crescentes de commodities. “Se ele não deixar de ser um gigante egoísta, corre o risco de tornar-se um ex-poder emergente.”

 

 

 

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Parmenas Alt
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