O Miami Herald
O texto segue destacando o documento do Banco Mundial: o pior é que, enquanto o Brasil é de longe o líder da América Latina em exportações de alta tecnologia – os aviões da Embraer, por exemplo, estão entre as aeronaves mais bem vendidas do mundo, "há uma clara redução na parcela de alta tecnologia nas exportações nos últimos anos, "diz o relatório do Banco Mundial.
A participação das exportações de alta tecnologia caiu de 10,4 por cento do total das exportações do Brasil em 2000, para 5 por cento em 2010. Por outro lado, a participação do Brasil nas exportações de commodities – principalmente nas vendas de soja para a China aumentou de 46 por cento para 63 por cento no mesmo período, diz o relatório.
Em outras palavras, o Brasil tornou-se muito dependente de exportações de alimentos, e também dependente da China, destaca o Miami Herald.
Durante a última década, as exportações de alta tecnologia do Brasil cresceram um modesto 36 por cento, em comparação com alta tecnologia de exportações de China e Índia, que aumentaram em 873 por cento e 389 por cento respectivamente, diz o relatório.
Entre as razões por trás do inexpressivo desempenho exportador do Brasil está a moeda sobrevalorizada do país, o que torna os custos trabalhistas mais caros, baixa produtividade, custos logísticos elevados, e uma burocracia governamental enlouquecedora que aumenta os custos de fazer negócios, diz o relatório.
"O governo brasileiro está muito consciente destas questões, e está se movendo para corrigi-los", disse Canuto, principal autor do relatório, em uma entrevista por telefone.
"Mas é preciso agir rápido, porque os fatores de crescimento que funcionaram bem para o país nos últimos anos têm se esgotado. “Os preços mundiais das commodities não vão continuar crescendo como eles têm nos últimos 10 anos “, acrescentou.
De acordo com o jornal, outros economistas vêem uma imagem mais clara, destacando que o crescimento econômico do Brasil deve se recuperar de um anêmico 1 por cento no ano passado para 3,5 por cento este ano, e que o governo de Dilma Rousseff planeja novos leilões de infra-estrutura para o setor privado que indica uma mudança de políticas estadistas.
Além disso, segundo o jornal, diferentemente da maioria de seus vizinhos, o Brasil está tomando medidas sérias para combater a corrupção e melhorar os padrões de educação. Rousseff lançou recentemente um plano brasileiro para enviar 100.000 graduados universitários para obter principalmente graduação em ciências e engenharia em universidades norte-americanas e europeias.
Minha opinião: Eu sou um grande fã de campanha contra a corrupção de Dilma Rousseff, e de seus movimentos de internacionalização do sistema de ensino superior do Brasil, bem como de seus programas sociais para os pobres, diz o autor do texto.
Em quase todos os aspectos – exceto a sua política externa, que permanece muito amigável com algumas das piores ditaduras do mundo – O Brasil deve ser um modelo para os seus vizinhos.
Mas o Brasil deve inserir-se mais rapidamente na economia global. Numa época em que o mundo parece estar se movendo para livre comércio entre mega-blocos, como a Parceria Transatlântica anunciada em 12 fevereiro pelo presidente Barack Obama, que criaria um bloco de livre comércio EUA – União Europeia, o Brasil não pode deixar de ter livre acordos comerciais com os Estados Unidos, a União Europeia, ou virtualmente qualquer outro bloco comercial livre fora do seu bairro.
O artigo conclui afirmando que o Brasil não pode continuar dependendo de seu consumo interno, nem sobre os preços sempre crescentes de commodities. “Se ele não deixar de ser um gigante egoísta, corre o risco de tornar-se um ex-poder emergente.”
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