A Secopa-DF, secretaria do governo do Distrito Federal responsável pela organização de Brasília para a Copa do Mundo de 2014 e para Copa das Confederações deste ano, formulou um programa social de qualificação profissional sem nenhuma relação com os mundiais da Fifa: a Fábrica Social.
O projeto, que está para ser lançado a um custo de R$ 35 milhões, vai convocar 2.000 pessoas do cadastro do programa social do governo federal "Bolsa Família" para trabalhar por dois anos sem salário, de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 19h, na confecção de uniformes escolares e artigos esportivos. De acordo com a Secopa-DF, trata-se de um projeto social que irá qualificar essas pessoas para o mercado profissional têxtil.
A estimativa é produzir, só neste ano, 700 mil uniformes escolares, além de artigos esportivos como bolas e redes, para as 612 escolas da rede pública de ensino do DF. Também receberão os produtos, a título de doação, 28 centros esportivos do DF.
Perguntada sobre o salário ou bolsa-auxílio para os participantes durante a participação no Fábrica Social, a Secopa foi categórica: "Não há pagamento de salário. Os participantes do programa receberão auxílio pecuniário somado ao benefício do programa Bolsa Família", diz a nota enviada aoUOL Esporte pela assessoria de imprensa do órgão. Ou seja, os participantes receberão apenas ajuda de custo para transporte e alimentação durante o expediente.
Sem diploma
O projeto não conta com parceria de nenhuma instituição de ensino reconhecida pelo MEC (Ministério da Educação), como universidades ou centros profissionalizantes como o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Assim, ao final do processo de "qualificação", não haverá diploma ou certificado de conclusão válido e reconhecido. Embora prometa qualificar esta mão de obra, a Secopa afirma que não contratará professores, pois possui um "equipe técnica" de servidores públicos dentro da secretaria capaz de tocar o projeto, inclusive em seus aspectos pedagógicos.
De acordo com a Cias (Coordenadoria de Integração das Ações Sociais), setor da Secopa responsável pelo projeto, os participantes serão escolhidos por meio do cadastro de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza do governo federal. O objetivo declarado é qualificar as pessoas para ajudá-las a sair da situação de pobreza.
"Concluída a formação e a capacitação, o participante será encaminhado para os programas governamentais destinados ao microempreendedorismo, associativismo, cooperativismo, entre outros", informa nota enviada pela assessoria de imprensa da Secopa .
UOL Esporte.
Aiuri Rabello