As principais centrais sindicais definiram o valor que pretendem negociar com o governo federal e o Congresso para o salário mínimo em 2007.
Após reunião realizada na capital paulista, as centrais decidiram que lutarão para que o piso salarial passe dos atuais R$ 350 para R$ 420. O valor corresponde a um reajuste de 20%, superior ao aumento de 16,6% concedido pelo governo em 2006.
Além da correção do mínimo, as centrais sindicais também decidiram defender um reajuste de 7,77% para a tabela do Imposto de Renda no próximo ano. Esse porcentual, de acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, corresponde à defasagem da tabela do IR durante o governo Lula. O dirigente ressaltou, no entanto, que serão pleiteadas também reposições de perdas do governo Fernando Henrique Cardoso.
Participaram da reunião de ontem, além da Força, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e a Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT).
As centrais destacaram que, com as estimativas de que o crescimento da economia ficará aquém do esperado, os sindicalistas resolveram fazer manifestações também nos Estados, além da Marcha de São Paulo a Brasília pelo Reajuste do Salário Mínimo, que deverá ocorrer no dia 6 de dezembro.
“O salário mínimo é tema fundamental para o crescimento econômico e para a distribuição de renda. Essa ação tem possibilitado que as centrais e o Dieese se firmem como atores centrais na luta para um salário mínimo cada vez mais justo”, disse o presidente da CUT, Arthur Henrique da Silva Santos.
Debate
Os sindicalistas decidiram fazer um cartaz para divulgar o evento e um documento que será entregue aos trabalhadores e aos congressistas. De acordo com Juruna, o reajuste de 20% para o mínimo tem como objetivo melhorar a renda e o poder de compra dos trabalhadores. “Queremos criar um debate para a elaboração de um projeto de longo prazo para os reajustes do salário mínimo”, acrescentou.
Segundo o presidente da CUT, a campanha do salário mínimo é a “maior do mundo”, pois 22 milhões de trabalhadores vivem com apenas um salário e 11 milhões recebem até dois salários. “Quando as centrais tomam as rédeas de um processo como este, elas estão acabando com o leilão do salário mínimo que, normalmente, é feito por deputados e senadores, em busca de holofotes”, comentou. As informações são de O Estado de S.Paulo.
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