domingo, 24/11/2024
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Londres rejeita carta de Cristina Kirchner para negociar sobre Malvinas

 

O Reino Unido rejeitou nesta quinta-feira a carta da presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, em que a mandatária pede a retomada das negociações sobre as ilhas Malvinas para que o arquipélago seja devolvido ao país sul-americano.

A carta foi publicada como anúncio publicitário em diversos jornais britânicos nesta quinta, incluindo o "The Guardian". Nela, Cristina pede que seja cumprido o acordo da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre descolonização de 1965 e atribui o domínio das ilhas ao "colonialismo britânico do século 19".

Em comunicado, o governo britânico disse que não pretende negociar a soberania das Malvinas com Buenos Aires e disse que a vontade da população local é permanecer ligada ao Reino Unido.

"Eles permanecem livres para escolher seu próprio futuro, tanto politicamente quanto economicamente, e têm o direito à autodeterminação conforme o estabelecido pela Carta da ONU", diz a nota, em referência ao mesmo acordo das Nações Unidas.

Eles acusaram os argentinos de não querer ouvir a vontade da população das ilhas, que devem fazer um plebiscito em março para decidir sobre o status de seus cerca de 3.000 habitantes. Londres ainda pediu que seja respeitado o desejo expressado na consulta.

Em outras ocasiões, a Argentina se recusou a dialogar com os habitantes do arquipélago, dizendo que apenas Londres pode responder às negociações. Os dois países reivindicam o território desde 1833, mas a intensidade da disputa aumentou após a Guerra das Malvinas, em 1982.

CARTA

Na carta publicada nesta quinta, Cristina Kirchner pede a retomada das negociações com o Reino Unido e diz que as ilhas foram "extirpadas" do território argentino em 1833, quando os britânicos chegaram ao arquipélago.

"Os argentinos das ilhas foram expulsos pela Marinha britânica, e o Reino Unido subsequentemente iniciou um processo de assentamento populacional similar ao adotado em outros territórios sob domínio colonial".

Ela justifica o domínio argentino das Malvinas devido à proximidade do arquipélago do litoral argentino, que estão a 14 mil quilômetros de Londres.

"Desde então, a Grã-Bretanha, a potência colonial, tem se recusado a devolver os territórios à República Argentina, impedindo a restauração de sua integridade territorial."

A carta é publicada no aniversário de 180 anos da chegada dos britânicos às Malvinas e meses após uma briga entre Londres e Buenos Aires na ONU sobre o domínio das ilhas, em meio à lembrança dos 40 anos da Guerra das Malvinas.

Para os críticos, a retomada da disputa pelo arquipélago é a forma usada por Cristina Kirchner para se esquivar dos problemas internos da Argentina.

A presidente enfrenta protestos da oposição pela alta inflação, a restrição da liberdade de imprensa, o controle na compra de dólares e a tentativa de um terceiro mandato presidencial em 2015.

 

 

 

 

 

F.de SP/Mundo

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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