sábado, 23/11/2024
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Manifestantes queimam sedes de partido do presidente do Egito

 

Opositores queimaram nesta sexta-feira quatro sedes do partido do presidente do Egito, Mohammed Mursi, em protesto contra três decretos promulgados que aumentaram seu poder no país, aprovadas na quinta (22). Milhares de pessoas fazem manifestações em todo o país.

Com as medidas, o presidente tirou o poder da Justiça de dissolver o Parlamento, demitiu o procurador-geral e determinou a retomada dos processos contra os membros da ditadura de Hosni Mubarak. Mursi, chefe do Executivo, também acumula o Legislativo desde que o Parlamento foi dissolvido, em junho.

Segundo autoridades locais, a sede do partido de Mursi, ligado à Irmandade Muçulmana, foi incendiada em Alexandria, no norte egípcio, em meio a uma série de protestos violentos na cidade.

Os opositores tiraram livros e cadeiras do prédio e os queimaram na rua. Em um outro lado em frente à maior mesquita da cidade, dezenas de pessoas ficaram feridas em enfrentamentos com a polícia. A televisão estatal informou que outros escritórios do partido foram incendiados em Suez, Port Said e Ismailia.

Na capital Cairo, milhares de liberais fazem uma manifestação na praça Tahrir, local que concentra os protestos dos islamitas. Na mesma hora, a Irmandade Muçulmana convocou um ato em frente ao palácio presidencial que deverá confluir também para Tahrir.

O temor é que, com o encontro dos dois grupos, haja um confronto que o efetivo policial não seja capaz de conter. Na última vez que opositores e islamitas se encontraram, em outubro, mais de 200 pessoas ficaram feridas.

REAÇÕES

Os decretos de Mursi provocaram uma série de reações contrárias da oposição, da comunidade internacional e até dentro do governo.

O assessor para a Mudança Democrática, Samir Morqos, que é cristão copta, pediu demissão. Em entrevista à agência de notícias Efe, Morqos disse que sua renúncia foi motivada pelas decisões do presidente, que foram tomadas sem consultar previamente seus assessores.

A oposição chamou as iniciativas de uma tentativa de golpe de Estado. "Isso é um golpe de Estado contra a legalidade. Chamamos todos os egípcios a protestar em todas as partes do Egito", disse Sameh Ashur, chefe do sindicato dos advogados.

O prêmio Nobel da Paz Mohammed el Baradei disse em sua conta no microblog Twitter que Mursi quer monopolizar os três poderes. "Mursi usurpou todos os poderes e se proclamou o novo faraó do Egito. Esse é um enorme golpe à revolução que pode ter consequências espantosas".

A comissária de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), Navi Pillay, mostrou preocupação sobre os direitos humanos com os novos decretos. "Nós temos medo de que isso possa levar a uma situação volátil nos próximos dias".

A União Europeia pediu que a Mursi que respeite as instituições democráticas, incluindo a separação de poderes, a independência da Justiça e a proteção das liberdades fundamentais.

 

 

 

 

F.Com

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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