A última testemunha ouvida ontem no julgamento dos acusados pela morte de Eliza Samudio, em Contagem (MG) revelou o nome de mais um suspeito: o policial José Lauriano de Assis Filho, o Zezé.
A participação de Zezé foi revelada no depoimento do preso Jaílson de Oliveira. Ele disse que Zezé ajudou o ex-polical Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a matar Eliza e deu detalhes da vida do goleiro Bruno Fernandes e seus colegas que a Promotoria considerou convincentes.
Com isso, dois anos após o crime, o Ministério Público poderá denunciá-lo pelo assassinato de Eliza.
"Zezé era suspeito desde o início das investigações. Mas naquele momento os indícios não eram satisfatórios para justificar um processo penal. Tínhamos dados objetivos, mas não tínhamos nenhuma prova oral que alinhasse tudo", afirmou o promotor Henry Wagner Castro.
A reportagem mostrou que foram desprezados 37 telefonemas trocados entre Zezé e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, a ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, e Bola.
Na noite de 10 de junho, por volta das 22h e 23h, horário que Eliza pode ter sido morta, Zezé trocou três ligações com Bola. Também se encontrou com o ex-policial.
Zezé não foi localizado na noite de ontem.
RESTAM TRÊS
O julgamento teve outro dia tumultuado ontem. Dos cinco acusados que iniciaram o júri, restam três. A ex-mulher de Bruno, Dayanne, teve seu julgamento desmembrado, assim como Bola.
No início da sessão, o goleiro Bruno destituiu seu principal advogado. "Por estar me sentindo inseguro, estou desistindo do doutor. Rui Pimenta", afirmou.
Ele também pediu a destituição do assistente de Pimenta, Francisco Simim, argumentando que ele já defendia sua ex-mulher Dayanne e, por isso, não se dedicaria exclusivamente a sua defesa.
A Promotoria pediu à juíza Marixa Rodrigues que Dayanne ficasse sem o advogado, já que o ex-jogador tem prioridade por ser réu preso.
A magistrada aceitou e decidiu pelo desmembramento do julgamento de Dayanne. Nova data será marcada.
Também na sessão de ontem, a juíza fixou multa de R$ 18.660,00 a cada um dos três advogados de Bola que abandonaram o julgamento anteontem por discordarem do tempo de 30 minutos para apresentar argumentos sobre possíveis falhas no processo.
ROGÉRIO PAGNAN
PAULO PEIXOTO
F.Com