domingo, 24/11/2024
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Não sou vítima de ninguém, a não ser de mim mesmo, diz Roberto Jefferson sobre condenação no STF

O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse na manhã desta sexta-feira (28) que não é "vítima de ninguém, a não ser de mim mesmo", sobre a condenação pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão na quinta-feira. Jefferson foi condenado por corrupção passiva por 6 votos a 0 e também pode ser condenado por lavagem de dinheiro –para este crime, o placar, por enquanto, está em 5 a 1 pela sua condenação.

"A maioria da Corte Suprema do meu país já me condenou pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Embora não concorde com as imputações, recebo com serenidade a decisão dos ministros. E reafirmo: não vendi o meu partido ao PT nem me apropriei para fins pessoais de nem um centavo sequer do dinheiro que a mim chegou para financiar campanhas eleitorais. Muito menos sou delator, alcunha com que tentam à força me marcar. Não sou vítima de ninguém, a não ser de mim mesmo. Nada a reclamar. 'Dura lex, sed lex' ('a lei [é] dura, porém [é] a lei')", postou ele em seu blog na manhã desta sexta.

A maioria dos ministros do STF condenou na noite de ontem o ex-deputado e mais oito réus do mensalão ligados a partidos da base aliada do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006). Os réus –ligados ao PP, PTB, PL (atual PR) e PMDB– foram condenados por receberem dinheiro das empresas de Marcos Valério –apontado como o operador do mensalão–, sob orientação do PT.

Para ser condenado pela maioria, Jefferson tem que receber seis ou mais votos pela condenação — o que já ocorreu ontem. Caso nenhum ministro volte atrás em seus votos até o final do julgamento –que não tem data para terminar–, o ex-deputado e presidente licenciado do PTB será condenado.

Do PTB, também foi condenado pela maioria, por corrupção passiva, o ex-deputado federal Romeu Queiroz (MG). O ex-tesoureiro da sigla Emerson Palmieri recebeu, até agora, o voto de cinco ministros pela sua condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O valor total do acordo entre PTB e PT era de R$ 20 milhões, mas apenas R$ 4,5 milhões foram repassados ao PTB, segundo afirmou Roberto Jefferson.

Em entrevista à "Folha de S.Paulo", em 2005, Jefferson denunciou o suposto esquema de compra de apoio parlamentar, deflagrando o maior escândalo do governo Lula.

Saúde
Roberto Jefferson pediu ontem licença da presidência do PTB por seis meses por motivos de saúde. Ele ficou internado por uma semana, de 12 a 19 de setembro, com quadro de infecção intestinal e desidratação.

O ex-deputado Benito Gama (RN) assumiu a presidência da legenda em caráter provisório.

Jefferson, que tem 59 anos, foi operado no final de julho no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, para retirar um tumor do pâncreas.

Ontem, após a condenação, seu advogado, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, disse ao UOL que seu cliente encontra-se bem, apesar de magro.

UOL-BRASÍLIA

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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