O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, prevê que o preço do gás no Brasil vai subir, independentemente da crise com a Bolívia, principal fornecedor do País, devido ao crescimento “extremamente elevado” da demanda pelo insumo em território nacional. Hoje, o Brasil retoma as negociações com a Bolívia sobre o preço do gás – as quais deverão estar concluídas até o dia 10, segundo Gabrielli. O governo boliviano, que recentemente fechou contrato de “produção compartilhada” de derivados do petróleo com a Petrobras, pretende elevar o valor do gás negociado.
“O preço do gás no Brasil precisa ser reavaliado (…). Acho que o preço no Brasil está baixo e não tem nada a ver com a Bolívia. (Está baixo) em razão da relação que existe hoje entre o preço do gás e os preços do óleo combustível e do petróleo. Como resultado, há um crescimento da demanda de gás no Brasil extremamente elevado. Está previsto em 17% ao ano”, afirmou o presidente da Petrobras ao jornal Folha de S.Paulo.
Na entrevista, Gabrielli também garantiu que, apesar da alta demanda, não haverá risco de desabastecimento porque a Petrobras vai investir para viabilizar a oferta.
“É objetivamente um crescimento acelerado que reflete um preço abaixo do que deve ser”, completou, referindo-se à alta da demanda por gás no Brasil.
O executivo também afirmou que as diretrizes para estabelecer um novo preço do gás dependem ainda das negociações dos contratos da Petrobras com as distribuidoras brasileiras do insumo, como a Congás. E afirmou que “é pura especulação” um envetual convite para assumir o Ministério da Fazenda, hoje ocupado por Guido Mantega.
Quanto à estimativa de crescimento do Brasil em 2007, Gabrielli informou que, ao menos no que se refere à Petrobras, a projeção é de 4% ao ano até 2011, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva projeta 7% até o final do seu segundo mandato. O presidente da Petrobras disse ainda que a estatal responde por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
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