A eminência de isolamento da capital mato-grossense, através de piquetes nas principais vias de acesso a Cuiabá, mobilizou líderes sindicais do setor de transporte de cargas na busca por apoio político para resolver os transtornos causados pela mobilização indígena que completa hoje o quarto dia. Desde segunda-feira (27), líderes indígenas estão bloqueando as rodovias federais BR-364 e BR-174, em protesto contra a Portaria de nº 303, da AGU (Advocacia Geral da União), que entra em vigor no dia 24 de setembro, que trata sobre a exploração de recursos naturais em terras indígenas.
Na manhã desta quinta-feira (30), representantes dos sindicatos do setor de Transporte de Carga de Mato Grosso e dos Caminhoneiros Autônomos, estiveram reunidos com o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado Mauro Savi (PR), para que o parlamentar interceda junto ao Governo do Estado na busca por uma solução para o impasse.
“O deputado Mauro Savi é o nosso porta voz. Ele está empenhado, já ligou para o governador, que está nesse momento no Ministério da Justiça, e colocou no viva voz para falarmos com ele”, ressaltou o diretor executivo do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Mato Grosso (Sindimat), Gilvando Alves de Lima.
Para o vice-presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Sorriso e Região (Sindicam) e diretor do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), Valter Pereira de Souza, o risco de confronto entre índios e caminhoneiros é muito preocupante. “Eles estão sem água, sem comida, sem condições de sair do local. Não estamos questionando a legitimidade do protesto dos índios, mas eles têm que fazer manifesto em Brasília, trancar o Congresso e não a única via de escoamento do Estado. Estamos pedindo clemência para os políticos”, frisou ao ressaltar que a fileira de caminhões na BR-364 já chega a uma extensão de 140 km.
O deputado Mauro Savi afirmou que está empenhado na busca por uma solução pacífica para o problema que já está causando inúmeros prejuízos para o Estado. “O risco de confronto é real e não podemos deixar que isso aconteça. O Governo Federal tem que agir rápido para evitar prejuízos ainda maiores, porque estamos falando de trabalhadores que têm famílias e que só querem garantir o direito de trabalhar. Isso sem falar nos prejuízos econômicos para todo o Estado”, afirmou Savi.
Gilvando de Lima ressaltou que é necessário uma força tarefa nacional para socorrer o Estado. “O Estado está desabastecido. Os prejuízos são incalculáveis, temos cargas vivas, cargas perecíveis, temos famílias confinadas, sem água, sem comida. Estamos num barril de pólvora e se isso continuar, amanhã teremos shoppings parados, hospitais travados, aeroporto sem combustível”, frisou.
Conforme os líderes sindicais, os caminhoneiros asseguram que se o problema não for resolvido hoje, amanhã serão realizados piquetes nas principais vias de acesso a Cuiabá, de forma a deixar a capital mato-grossense totalmente isolada.