Após dois dias de forte alta, a Bovespa cedeu à realização de lucros e fechou em baixa nesta terça-feira, na contramão dos mercados externos, pressionada pela queda dos setores de construção e siderurgia.
O Ibovespa caiu 1,06%, para 57.725 pontos nesta terça. O índice operou em alta até o início da tarde e chegou a subir 1,67% na máxima, flertando com os 59 mil pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 7,27 bilhões.
A queda foi limitada pelo avanço das ações da Petrobras no dia. A ação preferencial da Petrobras subiu 1,66%, a R$ 20,25.
No ano, a Bovespa acumula alta de 1,7% e no mês de agosto, de 2,9%. Nesta semana, a alta acumulada é de 0,82%.
"Surpreendentemente nosso mercado não acompanhou o que aconteceu lá fora", disse o superintendente de Renda Variável na Concórdia Corretora, Romeu Vidale. As principais bolsas externas estenderam o rali iniciado na semana passada, mais uma vez amparadas na expectativa de que a Espanha fará um pedido de resgate soberano em breve e de que o Banco Central Europeu detalhará seu plano para combater os elevados custos da dívida espanhola e italiana.
Na bolsa de Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,39% e o S&P 500 teve alta de 0,51%. Mais cedo, o principal índice europeu de ações avançou 0,77%.
Mas o movimento ainda não significa uma tendência firme para os mercados, segundo Vidale. "Não me sinto tranquilo olhando lá para fora e vendo a recuperação que estamos vendo. Ainda não há um encaminhamento para uma resolução dos problemas da Europa, ainda não se viu luz no fim do túnel."
"Você tem recuperações esporádicas nas bolsas, mas o mercado tem certeza absoluta de que os problemas na Europa não findaram. Fica muito difícil montar posições em ativos de risco em uma situação como esta em que o mundo está vivendo", acrescentou.
Ações
As ações da Petrobras recuperaram as fortes perdas obtidas no início do pregão da segunda, após divulgar prejuízo de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre do ano, na sexta-feira. Na segunda, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, acalmou o mercado ao afirmar que os fatores que levaram ao primeiro prejuízo trimestral em 13 anos não devem se repetir na mesma intensidade nos próximos meses.
A OGX caiu 1,14%, a R$ 6,08, e a preferencial da Vale teve oscilação positiva de 0,03%, a R$ 36,91. O tombo das ações preferenciais da siderúrgica Usiminas pesou no Ibovespa. O papel caiu 8,45%, a R$ 7,80, após ter acumulado alta de 21,54% nos cinco últimos pregões.
Entre as construtoras, a queda de 7%de Gafisa , a R$ 2,79 reais, também cobrou seu preço no índice. Em cinco dias, o papel acumulou valorização de 14,94%.
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