quinta-feira, 21/11/2024
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Assad diz que Síria está decidida a acabar com terroristas no país

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, afirmou nesta terça-feira que está decidido a arrasar a rebelião contra seu regime ao receber seu aliado iraniano, durante sua primeira aparição na TV pública desde 22 de julho.

"O povo sírio e seu governo estão decididos a purgar o país de terroristas e combatê-los sem descanso", declarou Assad durante encontro com Said Jalili, emissário do Guia Supremo do Irã o aiatolá Ali Khamenei.

A televisão pública síria mostrou o presidente durante a cerimônia de posse do novo ministro da Defesa e conversando com Jalili e com outros membros da delegação iraniana.

Assad e Jalili examinaram "as relações bilaterais entre a Síria e a República Islâmica do Irã, assim como a situação na região", informou a televisão.

Jalili afirmou claramente que o Irã permanecerá ao lado do regime sírio diante de quem quiser quebrar a Síria, elemento fundamental da "resistência contra os Estados Unidos e Israel".

"O Irã jamais permitirá que se quebre o eixo da resistência da qual a Síria é um pilar fundamental", afirmou durante sua reunião com Assad.

"A situação na Síria não é uma crise interna, e sim um conflito do eixo da resistência nesta região" contra Israel e Estados Unidos, acrescentou Jalili.

No dia seguinte à morte de 265 pessoas em todo o país, segundo uma ONG síria, um dos dias mais violentos desde o início da contestação há mais de 16 meses, o Exército continuou a bombardear intensamente Aleppo (norte), segunda maior cidade do país e região crucial para a definição da guerra no país.

"A solução para a crise na Síria deve partir do interior deste país, por meio de um diálogo nacional, e não via intervenção de forças externas", declarou Jalili, citado pelo correspondente em Damasco do canal iraniano Al-Alam.

"O povo sírio é hostil a qualquer plano apoiado por sionistas ou pelos Estados Unidos", acrescentou Jalili.

O Irã acusa os Estados Unidos, a Arábia Saudita, o Qatar e a Turquia de ajudarem os rebeldes a derrubar o regime. Já os insurgentes e os Estados Unidos acusam o Irã de apoiar militarmente Damasco.

Referindo-se aos 48 iranianos sequestrados sábado na província de Damasco, Jalili, que chegou ontem de manhã de Beirute, afirmou que "o Irã está usando de todos os meios para garantir a libertação imediata dos peregrinos inocente sequestrados".

Teerã garante que os prisioneiros são peregrinos, enquanto que "Brigada Al-Bara", que reivindicou a captura, garante que eles pertencem à Guarda Revolucionária, um Exército de elite do regime islâmico. De acordo com a brigada rebelde, três iranianos foram mortos durante um bombardeio das forças do regime.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, deve visitar a Turquia no final da tarde para discutir o destino dos reféns.

"Na medida em que o Exército Sírio Livre (ESL, rebeldes), que afirma ter sequestrado os peregrinos, é apoiado pela Turquia, a visita do ministro serve para lembrar a responsabilidade do governo turco neste caso", disse Salehi.

O Irã afirmou que Washington também é responsável pela vida dos reféns, por causa do "apoio descarado dos Estados Unidos aos terroristas".

No terreno, a violência deixou mais 51 mortos, entre eles 30 civis, 13 soldados e oito rebeldes, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que obtém seus registros de uma rede de ativistas e testemunhas na Síria.
Intensos combates em Aleppo O centro de Aleppo foi palco de intensos combates entre rebeldes e o Exército, que bombardeia a cidade.

O ESL atacou um edifício, onde estavam de 300 a 400 membros do Exército regular, das forças da segurança e de milícias pró-regime, mas teve que se retirar devido à intervenção de helicópteros, informou o OSDH.

De acordo com o seu líder, Rami Abdel Rahman, helicópteros e artilharia bombardearam violentamente os bairros rebeldes de Salaheddine e Soukkari (oeste e sudoeste), assim como Chaar e Sakhour (leste), o que "parece uma preparação para uma ofensiva terrestre" .

O Exército iniciou no domingo o envio de grandes reforços para Aleppo, cenário de intensos confrontos desde 20 de julho, e agora está pronto para a batalha "decisiva", disse uma fonte da segurança.

De acordo com um oficial de segurança, pelo menos 20 mil soldados estão nesta região e os rebeldes, por sua vez, contam com entre 6 mil e 8 mil homens, segundo o jornal "al-Watan", próximo ao governo.

Os insurgentes dizem que metade da cidade está em seu poder e que, apesar dos bombardeios, os soldados não podem avançar no chão.

Esta nova onda de violência ocorre após a deserção do primeiro-ministro, Riad Hijab, o mais alto funcionário a romper com o regime, e no momento em que um novo general fugiu para a Turquia acompanhado de 12 oficiais, de acordo com a agência de notícias Anatolia.

Hijab, um sunita nomeado há dois meses pelo presidente de confissão alauíta, fugiu com sua família para a Jordânia por causa dos "crimes de guerra e do genocídio" cometidos pelo regime, de acordo com seu porta-voz, Mohamed Otri.

O ministro sírio da Informação, Omrane al-Zohbi, minimizou o impacto dessa deserção, dizendo que Hijab foi demitido.

Mas para Washington, estas deserções mostram que Assad perdeu o controle do país.

F> g1

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Parmenas Alt
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