O escritório do ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos deixou a defesa de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira , contraventor acusado de comandar um esquema de jogos ilegais envolvendo servidores públicos e privados.
A advogada Dora Cavalcanti, que integra a equipe do ex-ministro, afirmou ao iG que a saída ocorrerá oficialmente nesta terça-feira e que não há relação "com o mérito da causa". "(A saída) foi combinada anteriormente com o réu e com sua família. Passadas as audiências de Goiânia, nós deixaríamos o caso", afirmou.
Carlinhos Cachoeira compareceu na semana passada ao prédio da Justiça Federal de Goiás , em Goiânia, e participou de duas audiências sobre o processo referente à Operação Monte Carlo da Polícia Federal – investigações que levaram à sua prisão em fevereiro.
Dora negou que a saída da defesa de Cachoeira tenha alguma relação com as denúncias divulgadas ontem e acrescentou que esse acerto se estabeleceu há cerca de dez dias. "Isso já tinha sido conversado com o cliente", reforçou Dora.
Na segunda-feira, a mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, teve que pagar uma fiança de R$ 100 mil por ter, supostamente, ameaçado o juiz federal que cuida do caso de seu marido em Goiás com um dossiê.
Segundo o magistrado Alderico Rocha dos Santos, Andressa teria ido ao seu gabinete dizendo que o jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja, tinha um dossiê que poderia prejudicá-lo, mas que não seria publicado, caso Cachoeira fosse absolvido.
Defesa polêmica
Quando apareceu ao lado de Carlinhos Cachoeira na CPI que investiga suas relações com parlamentares, Marcio Thomaz Bastos foi alvo de críticas. Na época, o ex-ministro afirmou em entrevista ao iG que quem o desmoralizou por defender o bicheiro "não entende ampla defesa".
Cachoeira estaria pagando R$ 15 milhões de honorários embora esteja com os bens bloqueados pela Justiça.
F: U.segundo