A Auditoria Geral do Município de Cuiabá descobriu que a Drogaria do Porto, localizada no bairro de mesmo nome, estava revendendo seringas descartáveis que foram compradas para consumo na rede pública de Saúde.
Há duas hipóteses para o crime: ou as seringas foram desviadas pela própria empresa fabricante, ou ela contou com a ajuda de funcionários do órgão público que comprou os produtos.
O Auditor Geral, Luis Mário Barros, está analisando o número do lote das seringas para
verificar se elas foram compradas pela Prefeitura de Cuiabá ou por outro órgão público.
Ainda que haja participação de funcionários no crime, o prefeito Wilson Santos determinou o envio de todas as provas para a Delegacia Fazendária, aos cuidados da
delegada Alana Cardoso. Ainda hoje (terça-feira), a prefeitura confirma se houve ou não a participação de funcionários no desvio das seringas.
A denúncia chegou à Auditoria Geral através de um idoso que comprou a seringa na
farmácia. Ao observar que a embalagem do produto trazia a inscrição “Proibida a venda
para o comércio”, o consumidor acionou a Prefeitura.
A Auditoria enviou à farmácia um funcionário, que usou um cartão de crédito para comprar exemplares do produto. Este procedimento foi necessário para constar como prova no inquérito a ser aberto para investigar o caso.
Uma equipe da Vigilância Sanitária vistoriou a farmácia juntamente com a equipe da
Auditoria Geral. Foram encontradas no local 31 seringas do mesmo lote, todas com a
inscrição de venda proibida no verso da embalagem.
O estoque foi apreendido.
Segundo o proprietário da drogaria, Eder Andrade, ele comprou o estabelecimento há
quatro meses. As seringas fariam parte do estoque negociado com o antigo proprietário.
Ainda assim, foi solicitado ao atual proprietário todo o relatório de produtos da
farmácia, além do contrato de compra e venda do estabelecimento.
A ação do idoso que denunciou a venda irregular foi elogiada pelo prefeito Wilson
Santos. “Este senhor está de parabéns. Ao denunciar ações como estas ele nos ajudou a
cuidar do patrimônio público e exerceu sua cidadania”, comentou.